Na Argélia, todas as igrejas evangélicas estão fechadas após anos de repressão, de acordo com um relatório divulgado pela Missão Portas Abertas na segunda quinzena de janeiro. O país ocupa a 19ª posição na Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2025, que destaca as 50 nações mais perigosas para os cristãos.
Até maio do ano passado, quatro das 47 igrejas estavam abertas, mas todas foram forçadas a fechar. “A onda de fechamento de igrejas pelas autoridades deixou muitos cristãos argelinos sem a oportunidade de participar de encontros de estudo bíblico, discipulado e batismo”, explicou a organização.
Desde 2019, as 47 igrejas protestantes no país enfrentam uma crescente repressão do governo islâmico, e a situação piorou em 2024, afetando os 60.800 protestantes e 42.900 pentecostais da nação. De maioria muçulmana, a Argélia tem leis que controlam o culto não muçulmano, proibindo qualquer ação que possa “abalar a fé de um muçulmano” ou atrair muçulmanos à conversão a outra religião.
Como resultado, as igrejas evangélicas foram forçadas a funcionar de forma clandestina, enquanto as católicas são autorizadas, principalmente por serem frequentadas por estrangeiros (cerca de sete mil pessoas). O pastor Youssef Ourahmane, vice-presidente da Igreja Protestante da Argélia (EPA), foi condenado a um ano de prisão em maio de 2024 por conduzir cultos não autorizados.
Os argelinos que se convertem ao cristianismo enfrentam perseguição de autoridades, familiares e líderes muçulmanos. Atualmente, cerca de 20 cristãos, que deixaram o Islã e se converteram à fé cristã, enfrentam processos judiciais na Argélia.
“Acreditamos que Deus é bom o tempo todo. Ele nunca nos abandonou e nosso sofrimento é precioso para ele. Cremos que ele abrirá um caminho quando parecer não haver saída”, declarou Naasima (pseudônimo por questões de segurança), uma cristã local perseguida.
Mulheres convertidas enfrentam o risco de casamento forçado com muçulmanos, violência sexual e até ameaças de morte, enquanto homens podem ser demitidos de seus empregos, presos ou espancados.
A Portas Abertas pede orações pela reabertura das igrejas na Argélia e para que os cristãos locais encontrem novas formas de manter a comunhão. “Ore para que Deus conceda sabedoria, ousadia e proteção ao seu povo, para que compartilhem a fé com suas famílias e comunidades”, concluiu a organização.
Fonte: Comunhão