A ajuda humanitária começou a chegar às Filipinas, mas ainda não alcança todas as regiões afetadas. De acordo com líderes locais, o papel das igrejas tem sido essencial para levar assistência às comunidades isoladas. Os contatos mantidos por fiéis em áreas remotas estão se mostrando decisivos na resposta ao desastre.
Mais de 500 mil pessoas foram atingidas pelo terremoto de magnitude 6,9 que sacudiu a província de Cebu na semana passada. Deslizamentos de terra e crateras provocadas pelo tremor principal e pelos abalos subsequentes continuam dificultando o acesso das equipes de socorro.
Segundo Herman Moldez, representante da organização A3, “a maioria das respostas [de ajuda] está em andamento em San Miguel e Bogo [Cidade], mas há igrejas nas montanhas das aldeias, e elas não estão sendo alcançadas porque é difícil ir até lá”.
Moldez explicou que, mesmo sem recursos, pastores locais permanecem junto às vítimas, oferecendo apoio espiritual. “Eles não têm os recursos, mas estão apenas estando com as pessoas, orando, encorajando e apoiando-as”, afirmou.
As autoridades filipinas informaram que mais de 23 mil pessoas permanecem deslocadas e não podem — ou não desejam — retornar às suas casas. Uma cidade de tendas foi instalada em Bogo City para abrigar as famílias que perderam suas residências. “No momento, ainda há muitos tremores secundários acontecendo, então a maioria das pessoas não está voltando para suas casas. Alguns perderam suas casas e estão dormindo nas ruas”, relatou Moldez.
As chuvas sazonais das monções também têm dificultado as operações de socorro, embora a situação climática pudesse ter sido mais grave. “Somos muito gratos a Deus por o tufão não ter passado por aquela área. Fica ao norte, bem longe, então não complicou [os esforços de socorro]”, destacou Moldez, de acordo com o Mission News Network.
Oportunidade para o Evangelho
A organização A3 atua na capacitação de líderes cristãos em diversos países da Ásia. Nas Filipinas, seus pastores parceiros trabalham com o Conselho Filipino de Igrejas Evangélicas, levando ajuda humanitária e mensagem de fé às comunidades afetadas.
“Na maioria das vezes, esta é uma oportunidade para as pessoas começarem a pensar sobre [seu] relacionamento com Deus”, afirmou Moldez. Segundo ele, “as Filipinas são um país muito religioso, predominantemente católico, então é uma oportunidade de ajudá-los a entender o que o Evangelho significa”.
Moldez pediu orações para que as entregas de ajuda humanitária cheguem a todos os locais remotos e pela segurança dos voluntários que enfrentam terrenos acidentados. “Orem pelos pastores, para que eles saibam como ministrar e guiar [as pessoas] e o Senhor use isso como um meio de criar um reavivamento espiritual na vida das pessoas”, disse.
As igrejas locais também planejam ações voltadas à cura emocional e recuperação pós-desastre. “Uma das coisas que serão necessárias é a reabilitação contínua dessas pessoas, o que chamamos de cura do trauma. Muitas pessoas ainda sentem medo sempre que há um tremor secundário; elas apenas tremem”, concluiu Moldez.