O tendencioso jornal The Washington Post passou a ser alvo de críticas após publicar um artigo e uma postagem na plataforma X que classificaram como “sectárias” mensagens de Natal divulgadas por integrantes do governo do presidente Donald Trump por mencionarem Jesus Cristo como Salvador.
Na sexta-feira, um dia após o Natal, a conta oficial do jornal no X publicou: “Autoridades do governo do presidente Trump publicaram mensagens abertamente sectárias para o Natal, como um dia para celebrar o nascimento de ‘nosso Salvador Jesus Cristo’. As mensagens divergiram drasticamente da tradição de mensagens seculares para as festas de fim de ano”.
O texto do Washington Post, assinado por Azi Paybarah, destacou duas mensagens de Natal publicadas em contas oficiais do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos, nas quais apareciam as expressões “Cristo nasceu!” e “Somos abençoados por compartilhar uma nação e um Salvador”.
O artigo também mencionou publicações de outras autoridades, incluindo a secretária de Agricultura, Brooke Rollins, a secretária de Educação, Linda McMahon, a procuradora-geral adjunta do Departamento de Justiça, Harmeet K. Dhillon, e o secretário de Defesa, Pete Hegseth. Na manhã de Natal, Hegseth escreveu: “Hoje celebramos o nascimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. Que a Sua luz traga paz, esperança e alegria a você e sua família”.
Segundo o Washington Post, ao ser procurado para comentar a postagem de Hegseth, o secretário de imprensa do Pentágono, Kingsley Wilson, respondeu: “Feliz Natal a todos, até mesmo ao Washington Post, que publica notícias falsas!”.
No artigo, Paybarah afirmou que esse tipo de mensagem “divergia drasticamente” de comunicações mais seculares associadas a personagens como Papai Noel e renas, descritas como padrão em agências governamentais nos últimos anos. O texto também atribuiu as publicações a uma estratégia do governo para promover linguagem e pautas culturais ligadas ao eleitorado cristão evangélico do presidente.
A presidente e CEO da Americans United for Separation of Church and State, Rachel Laser, declarou que as mensagens representariam “mais um exemplo da retórica nacionalista cristã que o governo Trump vem disseminando desde o primeiro dia de seu mandato”.
A publicação do Washington Post gerou reações nas redes sociais, incluindo comentários de integrantes do governo e de nomes ligados a veículos e organizações conservadoras, que contestaram a caracterização das mensagens.
Mark Meador, comissário da Comissão Federal de Comércio, escreveu: “Imagine o quão infeliz uma pessoa precisa ser para escrever algo assim. Essas pessoas precisam de Jesus”.
Sebastian Gorka, assessor adjunto do presidente e conselheiro antiterrorismo, publicou: “Vocês realmente não odeiam a escória da mídia o suficiente”. Na mesma postagem, afirmou: “O Natal celebra o nascimento do nosso Salvador, o Filho de Deus”. Em outro trecho, Gorka declarou: “Nossa República foi fundada por homens de Deus, com base nos valores cristãos ocidentais. O Ocidente é a maior civilização que a humanidade já conheceu, pois preza pelos direitos concedidos por Deus”.
Sean Davis, cofundador do The Federalist, escreveu: “O ‘Cristo’ em Natal é um sinal bastante forte de que toda a base do feriado é cristã”. Ele acrescentou: “Na verdade, pode até ser um sinal de que o verdadeiro motivo da época é a celebração do nascimento de Jesus Cristo, a encarnação do Filho de Deus. Seus palhaços!”.
William Wolfe, diretor executivo do Center for Baptist Leadership, publicou: “O Natal não é um ‘feriado secular’. Por favor, veja o nome ‘Natal’”, ao comentar o termo “Christmas”, usado em inglês, e sua relação com o título “Cristo”.
O escritor Chad Felix Greene afirmou que, em sua avaliação, críticas a mensagens natalinas do governo seriam inconsistentes, citando episódios em que democratas recorreram a referências ao Natal para críticas políticas. Ele declarou: “Só é aceitável citar ideais cristãos se você estiver atacando os republicanos e explorando isso para fins políticos”.
Greene mencionou o deputado Eric Swalwell, democrata da Califórnia, que republicou conteúdos que comparavam medidas federais de imigração à narrativa bíblica da Sagrada Família em Belém.
O tema também foi associado a declarações do chefe de polícia de Minneapolis, Brian O’Hara, que comparou Maria e José a imigrantes em uma coletiva de imprensa no dia 16 de dezembro e recebeu críticas nas redes sociais. Em declaração ao The Christian Post no início deste mês, O’Hara disse que a referência “tinha a intenção de ser simples e humana: eles estavam longe de casa, buscando abrigo e provavelmente se sentiam como forasteiros”.
Merry Christmas to all. Today we celebrate the birth of our Lord and Savior, Jesus Christ.
May His light bring peace, hope, and joy to you and your families. pic.twitter.com/lycKvYq9eS
— Secretary of War Pete Hegseth (@SecWar) December 25, 2025








































