A jornalista Milly Lacombe participou do podcast Louva a Deusa e fez uma série de críticas ao conceito de “família tradicional”. As declarações viralizaram nos últimos dias, provocando forte repercussão em redes sociais e em setores que defendem valores conservadores.
Em um dos trechos, Milly questionou a forma como o amor romântico é retratado em produções culturais. “Eu não quero falar contra o amor romântico, mas eu vou falar contra o amor romântico. Porque eu passei a vida, desde os 16 anos, a gente fica vendo esses filmes, né, de que o objetivo da mulher é casar. A mulher tem que casar e que aí o filme acaba. A cena mais feliz da vida dela é o casamento”, afirmou. Para a jornalista, esse modelo acaba limitando as perspectivas femininas. “Os filmes deveriam começar com essa cena. Porque dali é pra baixo, gente”.
Ela também declarou que se opõe à monogamia e ao modelo tradicional de família. “Eu estou super contra a monogamia, super contra o amor romântico. Eu acho que esse negócio de família tá f*** a gente. Família é um núcleo produtor de neuroses”, disse. Em seguida, acrescentou críticas ao recorte conservador. “Família tradicional, branca, conservadora, brasileira. Gente, isso é um horror. É a base do fascismo. Falemos a verdade”.
Ao tratar do lema “Deus, Pátria e Família”, usado em discursos e documentos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Milly Lacombe afirmou que a expressão teria origem em ideologias autoritárias. “Deus, pátria e família. Não é assim que o nosso ex-mandatário assinava. Esse é um slogan fascista. Ele assinou cartas com esse lema. Pra quem não estivesse entendendo, ele deixou bastante claro o que ele é, o que ele representa”.
Segundo a jornalista, seria necessário repensar os formatos sociais de organização familiar. “Então, eu acho que a gente tem a luta por superar essa organização de família”, concluiu.