Em entrevista recente a um podcast, o pastor Luciano Subirá, líder da Igreja Alcance em Curitiba (PR), afirmou que decidiu não responder publicamente a acusações feitas contra ele por entender que recebeu uma orientação direta de Deus para permanecer em silêncio.
Sem citar nomes durante a conversa, ele descreveu o episódio como o momento de obediência “mais doloroso” de seus mais de 30 anos de ministério.
Subirá relatou que vinha enfrentando “difamações na internet” e que, diante da repercussão, amigos esperavam uma reação pública. “Eu tinha amigos mandando mensagem, dizendo que já estavam preparando a pipoca para assistir os vídeos, ver você”, contou. Segundo ele, o conselho recebido era direto: “Se você não falar nada, vai ficar suspeito”. Ainda assim, afirmou ter decidido não gravar respostas nem se justificar. “Eu disse: eu não vou falar nada. Eu estou diante do justo juiz. Quem me conhece não precisa de explicação, quem não me conhece talvez não acerte”, declarou.
Um dos episódios recentes envolvendo o nome de Luciano Subirá foi a acusação pública feita pelo pastor Anderson Silva, que o acusou de acobertar crimes. Na entrevista ao Plenicast, Subirá não citou o nome do colega nem detalhou o caso, mas a Igreja Alcance ingressou na Justiça contra o acusador. Na esfera pessoal, o pastor afirma ter entendido que deveria permanecer em silêncio. “Deus me mandou ficar quieto, não responder, não explicar, não me justificar”, resumiu.
Ao comentar o impacto dessa decisão, Subirá reconheceu que o conflito não foi apenas externo, mas também interno. “Eu achava que estava bem ‘mortinho’ até Deus me pedir para não falar sobre o assunto. Meu ego, pregando integridade a vida inteira e não poder nem se defender, ficar quieto quando estão te acusando”, afirmou. Ele disse acreditar que essa orientação pode ter sido, em parte, um tratamento pessoal: “Talvez fosse só para tratar comigo”.
O pastor relatou que, nesse processo, passou a meditar em um texto bíblico específico, de 1 Pedro, que, segundo ele, o ajudou a moldar sua postura: “Deus me fez olhar para aquele texto de 1ª de Pedro, que diz que Jesus deixou exemplo para a gente seguir os seus passos. Quando ultrajado, não revidava com ultraje. Quando difamado, não difamava”, explicou. Para Subirá, esse padrão de comportamento foi decisivo para manter a decisão de não responder às acusações.
Na entrevista, ele também mencionou um encontro com o pastor norte-americano Rick Warren, autor do livro Uma Vida com Propósito, como reforço à escolha de permanecer em silêncio. Segundo Subirá, Warren mostrou em seu escritório uma parede com diversas capas de suas obras e reportagens, incluindo algumas capas de revistas em que era retratado de forma negativa. “Tinha três que os caras ‘esculhambavam’ ele. Uma na capa, com um chifre que parecia o satanás, falando mal”, descreveu.
Questionado por participantes da reunião sobre o motivo de guardar também essas capas, Warren teria respondido, de acordo com Subirá: “Isso é para lembrar que, apesar das outras falando bem, a gente não é isso tudo. Isso é para lembrar que vamos ser atacados como atacaram Jesus e que a gente tem que seguir o exemplo dele de não falar nada”. O episódio, relatou Subirá, serviu como confirmação de que outros líderes em destaque já haviam optado por atitudes semelhantes.
Ele também mencionou o caso de um autor que, segundo Warren, escreveu um livro inteiro criticando seu ministério e seus ensinamentos, sem nunca tê-lo ouvido pregar. Em uma entrevista, quando foi provocado sobre esse crítico, Warren teria respondido apenas elogiando a trajetória do opositor, o que encerrou o assunto. “O cara te esculhambou”, observou Subirá, reproduzindo a reação de terceiros. Em seguida, citou uma frase que diz ter guardado para si e para o próprio contexto: “O que o fulano faz revela quem ele é. O que eu faço revela quem eu sou. Cada um tem que fazer a sua escolha”.
Ao avaliar o período, Luciano Subirá afirmou que a experiência foi um dos momentos mais difíceis de obediência em sua caminhada ministerial: “Eu não lembro de nada que tenha doído tanto na minha alma como essa decisão de ficar quieto”, declarou. Ele disse, porém, que manteve a confiança de que Deus estaria correto na orientação recebida. “Deus, o Senhor sempre está certo. Não há motivo para duvidar”, afirmou, encerrando o tema na entrevista.





































