A Bíblia não proíbe o vinho, mas a embriaguez. O problema não é a bebida — é o coração sem domínio próprio. Vamos parar de trocar a verdade pela mentira. pic.twitter.com/h7PSRoYBkq
— O Pastor Tóxico (@OPastorJack) August 12, 2025
Um debate sobre o consumo de bebidas alcoólicas entre cristãos vem repercutindo nas redes sociais. O pastor Lucinho Barreto, da Lagoinha Belo Horizonte (MG), defendeu que “crente não bebe”, associando o consumo de álcool a experiências negativas pessoais e familiares. Já o pastor Jack, da Igreja Vintage, em Porto Alegre (RS), rebateu, afirmando que a Bíblia condena a embriaguez, mas não o consumo moderado, especialmente no contexto da ceia.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, Lucinho afirmou que seguir a Cristo implica abandonar antigos hábitos: “Todo mundo tem que praticar um divórcio quando encontra Jesus. Você tem que ser ex alguma coisa. A Patrícia é uma ex-pinguça. E, infelizmente, na nossa família lá, a gente ainda luta muito com muita gente”.
O líder mineiro também ironizou a presença de bebidas alcoólicas em eventos familiares: “Sabe uma coisa que eu acho engraçado? Eu nunca fui numa festa e o não-crente falou assim ‘Olha, o pastor tá vindo aqui, vamos servir ceia do Senhor?’. Mas os crentes querem servir bebida alcoólica na festa de casamento, porque vai vir um tio lá do quinto dos infernos que bebe uma pinga. Crente não bebe!”, esbravejou.
A declaração motivou resposta de Jack, que acusou o colega de generalizar e distorcer o ensino bíblico: “Lucinho, crente não mente. A Bíblia fala disso. Crente não mente. Tu tá mentindo. Para de mentir. […] Meu avô era podre de bêbado, um ébrio, bebia até cair. Batia na minha avó. O resto da minha família, vários. Cansei de ver briga. […] Mas eu não vou falar contra bebida com base nisso. Minha base não é o que eu vivi. A minha base da minha fé é a Bíblia. Porque no final do dia, o problema não foi a bebida, o problema foi o bêbado”.
Segundo Jack, a condenação bíblica é específica à embriaguez: “Tem gente que bebe e não faz isso. Tem gente que bebe e faz isso. A Bíblia condena uma coisa. Condena embriaguez. Então pare de mentir. ‘Ah, mas eu não quero beber’. O problema é teu. Vou dar um exemplo aqui. Quando eu defendo isso, as pessoas pensam que eu bebo. O que eu bebo num ano inteiro? Com certeza não chega a passar nem um litro de álcool pelo meu organismo. O que eu bebo mesmo é na hora da ceia”.
O pastor gaúcho acrescentou que o vinho, mencionado nas Escrituras, tinha teor alcoólico. “Outra coisa, é impossível um crente ser crente sem beber. Porque ele tem que participar da ceia. Jesus falou de vinho. Ele falou de pão. Pão é pão, vinho é vinho. Então, ainda que seja baixo [teor alcoólico], essa coisa de suco de uva é nova. É uma invenção nova. Vocês acham que tinha suco de uva no período bíblico, cara? Como é que vocês conseguem ler vinho e pensar em Tang?”.
Ele ainda citou passagens do Novo Testamento para reforçar seu argumento: “Se os caras se embebedavam em Corinto, na ceia, é porque o vinho da ceia embebedava. Simples. Ou então era só Paulo resolver dizendo ‘gente, não bebam o vinho, bebam o suco’. […] ‘Não vos embriagueis com o vinho’. Quer dizer que o vinho embriagava. Simples. Quando Jesus transforma a água em vinho, os caras ainda citam o quê pra Jesus? ‘Tu deixou o melhor vinho pro final’”.
Jack concluiu defendendo o ensino do domínio próprio: “Parem de mentir. É loucura isso. Não seria melhor ensinar domínio próprio para o povo? […] Aí o cara fala ‘crente não bebe’. Ele é um mentiroso, cara. Crente não mente. Eu não vou vencer um pecado de embriaguez com o pecado da mentira. […] Quando eu quero ter uma espiritualidade superior à espiritualidade apostólica, eu estou cometendo pecado. Como que eu resolvo problemas? Eu resolvo do jeito que os apóstolos resolviam. […] Como que resolve com quem se embriaga? Não se embriague”.