No domingo, 30 de novembro, um grupo armado sequestrou um pastor, sua esposa e outros membros de uma igreja recém-inaugurada durante um culto na Nigéria. O ataque ocorreu na Igreja Querubim e Serafim, situada na Área de Governo Local de Yagba West, em Ejiba, no estado de Kogi. Segundo relatos de moradores, homens armados invadiram o templo logo após o início da celebração, forçando os fiéis a fugir.
Adegboyega Oguns, que estava presente, afirmou que o pastor — identificado como Orlando — foi levado juntamente com sua esposa e vários cristãos. Ele descreveu o episódio como “caótico”, com moradores correndo em direção ao mato para escapar. Segundo a comunidade local, muitos dos sequestrados estavam entre os primeiros voluntários que ajudaram a construir a igreja.
O International Christian Concern (ICC) informou que o número total de vítimas ainda não está confirmado, pois diversas famílias seguem tentando localizar parentes que fugiram durante o ataque. O governo do estado de Kogi reconheceu o incidente em comunicado oficial, classificando as ações dos agressores como inaceitáveis e afirmando que forças de segurança foram mobilizadas para perseguir os responsáveis e localizar as vítimas.
Ataques consecutivos
O incidente ocorreu menos de 24 horas após outro ataque na Área de Governo Local de Yagba Leste. Testemunhas relataram que viajantes foram obrigados a abandonar seus veículos, com vários sequestros e roubos registrados. Os ataques sucessivos reforçaram a preocupação dos moradores, que relatam um aumento significativo da insegurança na região nos últimos meses.
Nos últimos anos, líderes cristãos, organizações de direitos humanos e analistas de segurança têm registrado episódios semelhantes em diferentes partes da Nigéria, sobretudo nas regiões centro-norte e noroeste. Entidades como o ICC apontam padrões recorrentes de sequestros envolvendo pastores, membros de igrejas e famílias cristãs.
A Lista Mundial da Perseguição 2024, publicada pela Portas Abertas, registra que mais de 4.100 cristãos foram sequestrados na Nigéria no ano anterior — o maior número global. Embora autoridades nigerianas neguem que os ataques tenham motivação religiosa específica, moradores de áreas como Ejiba afirmam que igrejas continuam sendo alvos frequentes, especialmente durante cultos.
Impactos na comunidade
Moradores de Ejiba relataram que o ataque provocou grande apreensão. Muitas famílias permaneceram em casa, e diversas programações previstas para a semana seguinte foram suspensas. Pais também se mostram receosos em permitir que seus filhos participem de atividades noturnas promovidas pela igreja.
Organizações que monitoram a violência contra comunidades cristãs apontam que grupos armados têm concentrado ataques em áreas rurais, onde a presença policial é limitada. Apesar das declarações de autoridades federais e estaduais sobre reforço da segurança, dados de diferentes entidades indicam que mais de 50 comunidades cristãs sofreram sequestros em massa nos últimos 12 meses.
Este foi o segundo ataque registrado em Yagba em um intervalo de apenas um dia e compõe uma série de incidentes recentes documentados na região central da Nigéria, segundo o International Christian Concern.









































