A trajetória de superação da menina Luanny Mendes, 8 anos, que enfrentou dois cânceres, representa um marco na oncologia pediátrica regional. Dois anos após encerrar tratamento contra tumor de Wilms – neoplasia renal rara – a paciente mantém remissão completa da doença, consolidando desfecho clínico positivo após jornada terapêutica que se estendeu por quatro anos.
O caso apresenta particularidades clínicas relevantes: diagnóstico inicial com massa tumoral de 12 cm no rim esquerdo, seguido de recidiva pulmonar que demandou intervenção especializada em centro de referência.
“O toque do sino representa o encerramento de um ciclo muito difícil, vivido pela criança e pela família. É uma vitória coletiva, da equipe médica e dos pais que nunca desistiram. Hoje ela leva uma vida completamente normal, mas com acompanhamento constante. As quimioterapias podem deixar efeitos tardios, então o seguimento médico é essencial”, comentou a pediatra Cibele Cristina Castilho, do Hospital do Câncer de Franca
O protocolo de tratamento contra os cânceres incluiu nefrectomia, quimioterapia convencional e de alta intensidade (esquema ICE), finalizando com transplante autólogo de medula óssea.
O acompanhamento pós-terapêutico segue parâmetros estabelecidos para casos complexos, com monitoramento trimestral multiprofissional. Cibele enfatiza que, mesmo em apresentações avançadas, a neoplasia mantém altos índices de resposta terapêutica quando manejada em centros especializados.
O aspecto psicossocial emerge nas narrativas familiares, com a mãe Sandra Mendes destacando dimensões da fé em Deus como elementos de resiliência durante as fases mais críticas.
“Tiveram dias em que achei que não ia aguentar, que pensei que ia perder minha filha. Mas a fé me sustentou. Deus me mostrou que o impossível pode acontecer. Hoje, quando olho pra Luanny, vejo um milagre andando pela casa”, disse a mãe.
“Vê-la sorrindo, brincando, conseguindo fazer as coisinhas dela, sendo criança de novo, é um milagre. Eu olho pra ela hoje e vejo uma força que nem sei explicar. Ela é a minha fortaleza. Todo mundo achava que era eu que era forte, mas quem me manteve de pé foi a Luanny”, ressaltou Sandra.
Abordagem integral
A integração em atividades extracurriculares – como os projetos recreativos do chef Alex Sabino – configura componente importante na reintegração pós-tratamento.
Estatísticas institucionais reforçam que a neoplasia, embora agressiva, responde adequadamente às abordagens multimodais quando instituídas precocemente. O caso ilustra a importância da articulação entre serviços regionais e centros de referência para desfechos clínicos satisfatórios em oncologia pediátrica.
“Quando comecei, queria apenas cozinhar algo simples e ver um sorriso. Hoje, são mais de 50 crianças participando. Ver a alegria delas é o que me move”, comentou o chef de cozinha, que hoje também celebra a superação que Luanny teve dos cânceres.
A pediatra, por fim, faz um alerta quanto à importância do diagnóstico precoce, que para esse tipo de tumor é difícil, mas possível.
“Como esses tumores crescem depressa e não apresentam sintomas nos estágios iniciais, eles costumam ser grandes quando são diagnosticados e às vezes se espalham para outros órgãos, especialmente para os pulmões”, finaliza. Com informações: Guiame.









































