A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) declarou que irá “erguer-se como uma leoa” enquanto o marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), permanecer preso. Bolsonaro foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a mais de 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado e cumpre prisão domiciliar até o julgamento final dos recursos.
Em entrevista ao jornal britânico The Telegraph no dia 24 de setembro, a primeira desde a condenação, Michelle classificou o processo no STF contra o ex-presidente e outros sete aliados como “farsa judicial” e “perseguição covarde”.
Michelle afirmou que, no momento, está dedicada a cuidar das filhas e do marido, mas não descartou disputar as eleições de 2026. Seu nome é cogitado tanto para a Presidência da República quanto para o Senado pelo Distrito Federal. Em julho, ela transferiu seu título eleitoral para Brasília. “Eu me levantarei como uma leoa para defender nossos valores conservadores, a verdade e a Justiça. Se, para cumprir a vontade de Deus, for necessário assumir uma candidatura política, estarei pronta para fazer tudo o que Ele me pedir”, declarou.
Na entrevista, Michelle argumentou que, em “um país verdadeiramente democrático”, a ação penal contra Bolsonaro “seria nula desde o início”. Ela alegou haver “violações básicas ao devido processo legal” e afirmou que a crise diplomática com os Estados Unidos, na gestão de Donald Trump, teria sido provocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.
“O governo Lula parece ter a intenção de provocar o caos no Brasil e depois atribuir isso a Trump, para explorar um cenário caótico que, na realidade, foi criado por suas próprias políticas”, disse.
Na véspera, em 23 de setembro, durante seu discurso de abertura na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, Lula mencionou o processo que resultou na condenação de Bolsonaro, sem citar o nome do ex-presidente. “Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis. Seguiremos como nação independente e como povo livre de qualquer tipo de tutela”, afirmou.