Em meio ao cenário de vulnerabilidade que marca as ruas de Porto Alegre (RS), um movimento evangelístico tem se tornado símbolo de acolhimento e restauração. A missão “Sul, Missões e Graça” (SMG) realiza cultos sob o Viaduto da Conceição, onde moradores em situação de rua encontram não apenas alimento e abrigo, mas também uma mensagem de fé e dignidade.
O projeto, de caráter interdenominacional, reúne voluntários que ministram louvor, pregam o Evangelho e oram com os frequentadores. Além da assistência espiritual, o grupo oferece refeições, cobertores, roupas e até barracas para aqueles que não têm onde dormir.
Em uma das ações mais marcantes, a missão promoveu um rodízio com 4.300 pizzas e um churrasco com 4.600 galetos, reforçando que a partilha do pão caminha lado a lado com a pregação da fé.
Segundo o pastor Sandro Fontoura, líder do projeto, os frutos desse trabalho já são visíveis.
“Em menos de 5 meses tiramos 131 pessoas em situação de rua debaixo da ponte. Mais de 250 aceitaram a Jesus ou se reconciliaram. Realmente estamos vivendo um avivamento debaixo da ponte”, afirmou em entrevista ao portal Guiame.
O impacto vai além da conversão religiosa. Dependentes químicos têm sido encaminhados para centros de recuperação, enquanto famílias desestruturadas começaram processos de reconciliação.
Fontoura destaca que o desafio é grande: Porto Alegre abriga cerca de 5 mil pessoas em situação de rua, e em todo o Rio Grande do Sul esse número ultrapassa 15 mil.
“Resolvemos pastorear esse povo com o desejo de mostrar o Reino de Deus a todas essas pessoas”, declarou o pastor em vídeo nas redes sociais.
Sob o barulho dos carros e as sombras do concreto, a SMG revela que a Igreja também pode nascer onde a dor é mais visível — e que, para muitos, o caminho de volta à esperança começa debaixo de uma ponte.
Fonte: Guia-me