A norte-americana LaToshia Daniels, de 46 anos, está sendo julgada por homicídio em primeiro grau e tentativa de homicídio pelo assassinato do pastor associado Brodes Perry, ocorrido em 4 de abril de 2019 no apartamento da família, em Collierville, Tennessee.
Perry, então com 36 anos, atuava na Igreja Cristã Mississippi Boulevard, em Memphis, e anteriormente havia servido como pastor de assimilação na Igreja Batista de Saint Mark, em Little Rock, Arkansas.
Durante o julgamento, LaToshia afirmou que conheceu Perry enquanto buscava aconselhamento sobre seu divórcio na igreja em Little Rock e que, naquele contexto, ele teria iniciado um relacionamento extraconjugal com ela. Segundo a acusada, o pastor afirmou que ele e a esposa, Tabatha Archie, mantinham um casamento aberto e que ela teria “autorizado” a relação.
A viúva do pastor, Tabatha Archie, que depôs em tribunal na terça-feira, negou as alegações. Ela contou que conheceu LaToshia na igreja de Little Rock e que, até o dia do crime, acreditava que ela fosse apenas uma amiga da família. O canal Court TV informou que a defesa da acusada apresentou gravações em vídeo nas quais Perry discute “não monogamia ética” e menciona que sua esposa estaria “perfeitamente bem com isso”.
“Com a Tabby estando perfeitamente bem com a forma como lidei com isso… sendo honesto e transparente… e confiando no meu julgamento”, diz Perry em uma das gravações, enquanto explicava as regras do suposto casamento aberto. Em outro vídeo, o pastor afirma que Tabatha havia feito uma “exceção” para LaToshia, já que o casal teria acordado não se envolver com pessoas de sua cidade natal ou de Jacksonville.
De acordo com o advogado de defesa, Perry também recomendou a LaToshia o livro The Ethical Slut (A Prostituta Ética), que aborda relacionamentos abertos, e participava de um grupo de leitura sobre o tema, comunicando-se com mulheres por meio de um aplicativo. Tabatha, entretanto, rejeitou essa versão: “Até onde eu sei, não havia nenhum relacionamento”, afirmou. Ao ser questionada sobre a veracidade dos vídeos, reconheceu que o marido “era convincente”, mas insistiu: “Nada disso era verdade”.
Antes do crime, LaToshia trabalhava como assistente social licenciada e era proprietária da clínica The Root Behavioral Health, especializada em controle da raiva. Segundo o testemunho de Tabatha, o casal havia se mudado para o Tennessee há cerca de seis meses quando LaToshia apareceu inesperadamente em sua casa, entre 21h e 22h, afirmando estar na cidade para participar de uma conferência.
A viúva relatou que, embora surpresa, permitiu a entrada da visitante. Minutos depois, Perry chegou e, segundo Tabatha, demonstrou irritação ao ver LaToshia. Após uma breve conversa, ela se dirigiu à porta para sair, mas ouviu disparos logo em seguida: “Eu a vi sacar uma arma e começar a atirar”, declarou.
Tabatha disse que o marido caiu no chão e que tentou protegê-lo com o corpo, mas LaToshia ordenou que ela se afastasse. Diante da resistência, a acusada teria atirado em seu ombro. A viúva contou ainda que LaToshia, enquanto disparava, dizia: “Você partiu meu coração”.
Após o crime, Perry morreu no local. Tabatha sobreviveu e testemunhou que, ao perceber a gravidade do ocorrido, LaToshia afirmou: “Eu não tinha essa intenção”. O julgamento continua, com novas audiências previstas para os próximos dias, conforme informado pelo The Christian Post.









































