SILAS MALAFAIA! Investigado pela Polícia Federal. pic.twitter.com/Z6Y3QXsQ7R
— Silas Malafaia (@PastorMalafaia) August 15, 2025
A Polícia Federal abriu, em maio, um inquérito para apurar supostas ações contra o Supremo Tribunal Federal (STF), autoridades e agentes públicos, além de uma possível articulação para buscar sanções internacionais contra o Brasil. O procedimento inclui o pastor Silas Malafaia, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o jornalista Paulo Figueiredo.
Segundo o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, as ações investigadas teriam como objetivo atrapalhar o processo no qual Jair Bolsonaro é réu por suposta tentativa de golpe de Estado. Entre os crimes apurados estão coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
O pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC), se pronunciou em vídeo divulgado nas redes sociais nesta quinta-feira, 14 de agosto. Ele afirmou ser alvo de “perseguição política” e disse que tomou conhecimento de sua inclusão no inquérito pela imprensa: “Como eu não sou notificado e a Globo sabe antes? Isso é uma vergonha”, declarou.
Malafaia afirmou reconhecer a importância da Polícia Federal, mas disse que “há setores da corporação a serviço de Lula e de Alexandre de Moraes”. Sobre a acusação de ter buscado sanções internacionais contra o Brasil, afirmou não falar inglês nem manter contato com autoridades estrangeiras. “Todas as manifestações que eu coordenei, que eu cito ele, [é tudo] baseado na lei, nos crimes que ele tem cometido, e que grande parte da imprensa encobre os crimes de Alexandre de Moraes”, disse, acrescentando que não teme investigação.
Pelas redes sociais, o deputado exilado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), manifestou apoio ao pastor: “Eles estão achando que vão intimidar o pastor Malafaia? Convidar pessoas para irem às ruas virou crime?”, escreveu. Em outra publicação, disse: “Estava demorando. Como previmos, Moraes segue dobrando a aposta. Desta vez para cima do pastor Malafaia. Qual crime teria o pastor cometido? Convidado os brasileiros para estarem pacificamente nas ruas se manifestando, só pode ser. O Brasil já virou uma Venezuela”.
No vídeo, Malafaia comparou a atuação da PF a ações da “Gestapo do nazismo” e da “KGB da União Soviética” e disse que o país estaria “caminhando para a venezuelização”, em que “o cidadão não pode criticar autoridades”. “Eu não vou me calar, porque eu não tenho medo de vocês. Muito pelo contrário. Isso, para mim, soa como algo em que eu vou me posicionar duramente, baseado na Constituição”, afirmou.
O pastor também classificou o inquérito como “farsa de pseudogolpe” e dirigiu questionamentos a parlamentares e ministros do STF. “Está aí, Supremo Tribunal Federal. Está aí, senadores e deputados. Quem vai parar isso? Que país é esse? Que democracia é essa? É uma vergonha o que estamos assistindo. E se preparem, porque eu vou botar para quebrar. Vocês não me calam. Não tenho medo de prisão. E não tenho medo de investigação política, de pura perseguição. É o que eu tenho a declarar por enquanto”, concluiu.