O cantor gospel João Igor foi internado novamente em um hospital de Itaquaquecetuba após ter sido baleado por um policial militar no Terminal Rodoviário da Barra Funda, em São Paulo, na tarde de 30 de julho. Segundo informações da equipe médica, ele passou por cirurgia e apresenta quadro estável, com boa recuperação.
Em um vídeo gravado por um de seus advogados e divulgado nas redes sociais, João Igor agradeceu o apoio do público: “Passando para agradecer cada um de vocês que oraram por mim, torcendo pela recuperação. Muito obrigada a todos. Que Deus abençoe vocês, em nome do senhor Jesus. Eu nasci de novo”, declarou o cantor.
De acordo com a defesa do artista, o episódio teve início dentro de um ônibus com destino à cidade de Bauru, no interior paulista. João Igor viajava acompanhado do irmão, identificado como Maykon, quando um desentendimento com um policial militar à paisana que também era passageiro resultou em disparos de arma de fogo dentro do veículo.
A advogada Aline Sousa, que representa a família do cantor, afirma que o policial se irritou com uma chamada de vídeo feita por João Igor com a namorada e tentou tomar o celular de suas mãos. “O policial levantou para pegar o celular da mão do João Igor. O Maykon entrou na frente para não deixar, e o policial sacou a arma e deu os disparos”, relatou a advogada.
A Polícia Militar, por sua vez, apresentou versão distinta. Em nota, a corporação declarou que o agente abordou os irmãos após perceber “cheiro de maconha” vindo da bagagem que transportavam. Segundo o relato, houve uma luta corporal, os três homens caíram da escada do ônibus, e a arma teria disparado durante o tumulto.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou que a mochila do irmão de João Igor continha “substância com características semelhantes à maconha”. A defesa do cantor nega a informação e afirma que nenhuma droga foi localizada.
João Igor e o irmão foram detidos após o incidente, mas foram liberados ainda na mesma noite. O caso foi registrado no 91º Distrito Policial (Ceasa) e é investigado conjuntamente pela Polícia Civil e pela Corregedoria da Polícia Militar.
Pastores, amigos e familiares do cantor repudiaram a ação do policial e afirmam que João Igor foi vítima de uma abordagem violenta e injustificada. Não há, até o momento, confirmação oficial de abertura de inquérito contra o agente envolvido.