Um caso envolvendo uma atividade supostamente pedagógica na Escola Municipal de Ensino Infantil (Emei) do Caxingui, zona oeste da capital paulista, resultou na intervenção da Polícia Militar na última quarta-feira. O fato ocorreu após um pai manifestar descontentamento com a produção de um desenho da orixá Iansã por sua filha de quatro anos.
De acordo com relatos, o homem teria comparecido à escola na terça-feira e danificado um mural contendo trabalhos artísticos dos alunos. A atividade integrava as diretrizes do currículo antirracista da rede municipal de ensino. A direção da instituição convocou o responsável para uma reunião do Conselho Escolar, mas ele não compareceu ao encontro.
Em vez disso, o pai registrou ocorrência junto à PM, alegando que a criança estaria sendo submetida a “aula de religião africana”. Em resposta à solicitação, quatro policiais militares deslocaram-se até a unidade educacional para averiguar a situação.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) emitiu nota informando que “os PMs conversaram com o pai e a diretora do colégio”, sendo que “ambos foram orientados a registrar boletim de ocorrência, caso julgassem necessário”. O comunicado acrescentou que “a Corregedoria da PM está à disposição para apurar eventuais denúncias sobre a conduta policial”.
A Secretaria Municipal de Educação (SME) também se manifestou, afirmando que o responsável pela aluna “já recebeu esclarecimentos de que o trabalho apresentado por sua filha integra uma produção coletiva do grupo”. A pasta reiterou que a atividade pedagógica estava alinhada com as diretrizes curriculares da rede municipal de ensino.
A preocupação do pai da aluna, contudo, expressa o conhecimento de que nenhum aluno, especialmente os mais novos, deve ser submetido à orientação religiosa sem o consentimento da família. Neste caso, orixás fazem parte das crenças das religiões de origens africanas, como o candomblé. Com informações: UOL.







































