Ataque ocorreu após bronca por uso de celular em sala de aula; professor sofreu ferimentos e agressor foi preso em flagrante.
O que era para ser apenas uma repreensão comum em sala de aula terminou em violência e surpresa. Um pai de 41 anos agrediu um professor de 53, nesta segunda-feira (20), no Centro de Ensino Médio 04 do Guará I, no Distrito Federal, após o docente advertir sua filha pelo uso do celular durante a aula. O desfecho, no entanto, foi inesperado: a própria filha interveio e conteve o pai com um “mata-leão”, impedindo que ele continuasse o ataque.
Agressão e reação inesperada
De acordo com testemunhas, o homem invadiu a sala da coordenação sem autorização, partindo para cima do professor com socos e chutes. O ataque só terminou quando a aluna, desesperada, se lançou sobre o pai e o imobilizou.
As agressões causaram lesões no rosto do docente, além da quebra dos óculos de grau e de uma corrente pessoal.
Prisão e investigação
A Polícia Militar do Distrito Federal foi acionada e prendeu o agressor em flagrante, registrando a ocorrência como lesão corporal, injúria e desacato.
A Coordenação Regional de Ensino do Guará e a Secretaria de Educação do DF (SEEDF) informaram que o caso foi encaminhado à Corregedoria para apuração e que haverá reforço da segurança escolar, com o apoio do Batalhão Escolar.
Celulares em sala: o que diz a lei
O uso de aparelhos eletrônicos por estudantes é regulamentado pela Lei nº 15.100, de 13 de janeiro de 2025, que proíbe o uso de celulares durante as aulas, intervalos e recreios, salvo em situações pedagógicas específicas ou por exceções autorizadas pela escola.
Reflexão necessária
O episódio reacende o debate sobre os limites da autoridade do professor e o papel das famílias na educação escolar. Em meio a um cenário crescente de violência nas escolas, o gesto da filha, que impediu o próprio pai de continuar a agressão, se torna um símbolo paradoxal: um ato de respeito e consciência em meio ao caos, mostrando que, mesmo diante do descontrole, ainda há quem compreenda o valor do diálogo e da educação.
Texto: Daniela Castelo Branco
Foto: Reprodução