O papa Leão XIV reafirmou que manterá as reformas implementadas pelo papa Francisco em relação à comunidade LGBTQIA+ e à nomeação de mulheres para cargos de alto escalão no Vaticano como forma de evitar um racha na Igreja Católica.
Segundo o pontífice, essas mudanças permanecerão em vigor, mas não haverá novas alterações nem revisões na doutrina católica. Ele explicou que o objetivo é evitar a “polarização” dentro da Igreja:
“Qualquer questão que envolva questões LGBTQIA+ também é altamente polarizadora dentro da Igreja. E, por enquanto, pelo que já tentei demonstrar e viver em termos da minha compreensão de ser papa neste momento da História, estou tentando não continuar a promover a polarização na Igreja”, declarou Leão XIV.
Em outro trecho, o papa destacou a postura de acolhimento: “Os indivíduos serão aceitos e recebidos. Todos, todos, todos são bem-vindos. Mas não por ser de uma identidade específica. O ensinamento da Igreja continuará como está, e isso é o que tenho a dizer sobre isso por enquanto”, acrescentou. A declaração está contida no livro Leão XIV: Cidadão do Mundo, Missionário do Século XXI, lançado na última quinta-feira, 18 de setembro.
Durante o pontificado de Francisco, o Vaticano passou a permitir que sacerdotes concedessem bênçãos a uniões entre pessoas do mesmo sexo. Também foi ressaltada a posição de que a homossexualidade não deve ser criminalizada. O papa emérito incentivou o acolhimento, admitiu a possibilidade de homens gays ingressarem no sacerdócio desde que vivessem o celibato e frisou que a homossexualidade não poderia estar “profundamente enraizada”.
Apesar das mudanças disciplinares, a posição bíblica tradicional da Igreja permanece: relações entre pessoas do mesmo sexo são entendidas como práticas pecaminosas, e o casamento homossexual segue não reconhecido pela doutrina católica.