A Polícia de Avon e Somerset, no Reino Unido, enfrenta críticas após um incidente ocorrido em 22 de março, no centro de Bristol, envolvendo o pastor cristão Dia Moodley. Segundo relatos do pastor e do grupo de defesa legal ADF International, ele foi ameaçado por um grupo de homens muçulmanos enquanto pregava sobre diferenças entre islamismo e cristianismo, segurando um exemplar do Alcorão.
Moodley afirmou que um homem o ameaçou com um esfaqueamento e outro tentou agredir fisicamente sua esposa. Ele disse ainda que foi imobilizado no chão e que tentaram tomar o livro de suas mãos.
De acordo com a ADF International, quando a polícia chegou, não repreendeu os agressores, e o homem que teria feito as ameaças continuou a agir de forma intimidatória na presença dos agentes. Moodley foi informado por policiais, em duas ocasiões, que poderia ser preso por “crimes de ordem pública”. O caso foi encerrado no local após a intervenção de um inspetor sênior, que afirmou que ele não seria detido.
Em declaração, Moodley afirmou: “Prego em público porque acredito que todas as pessoas, incluindo os muçulmanos, precisam saber que Jesus Cristo é ‘o caminho, a verdade e a vida’. Sempre o faço com respeito, por amor ao próximo. Infelizmente, nesta ocasião, um grupo de homens muçulmanos se opôs à minha pregação e reagiu com violência. É chocante que a polícia tenha dito inicialmente que eu havia violado a paz. Isso mostra mais uma vez que o policiamento de dois níveis, que visa a expressão de cristãos, é uma realidade na Grã-Bretanha moderna”.
O advogado Lorcán Price, representante da ADF, declarou que o episódio evidencia “leis de blasfêmia de fato” aplicadas no país contra manifestações cristãs. Segundo ele: “Todos os que são a favor da liberdade de expressão devem apoiar a revogação da legislação censitária e a introdução de proteções mais fortes para a liberdade de expressão no Reino Unido. Caso contrário, pessoas inocentes como o pastor Moodley serão forçadas a deixar a esfera pública ou enfrentarão criminalização injusta por sua expressão pacífica”.
Em nota oficial, a Polícia de Avon e Somerset informou que agentes atenderam a um chamado por perturbação pública em Broadmead, Bristol, e dispersaram uma multidão. O comunicado afirma que o pregador foi aconselhado a deixar a área como medida preventiva.
Segundo a corporação, a investigação resultou em um interrogatório voluntário de um homem, em julho, e a decisão inicial foi de não prosseguir com ação legal. Moodley foi informado em 22 de julho sobre seu direito de solicitar uma revisão da decisão, o que foi feito no dia seguinte.
De acordo com o The Christian Post, no dia 27 de julho, um Inspetor-Chefe determinou que o caso fosse encaminhado ao Ministério Público para análise de possível acusação. O procedimento segue em andamento.