Em meio ao que descreve como um “genocídio de cristãos” na Nigéria, o pastor Harrison Ayintete, líder do Ministérios da Nação da Bondade, fez um apelo comovente à comunidade internacional ao gravar um vídeo dentro de uma vala comum, durante o sepultamento de vítimas de ataques promovidos por extremistas islâmicos.
“Estamos cansados de enterrar nossos irmãos todos os dias, enquanto esperam que fiquemos em silêncio. Já chega!”, desabafou Ayintete, apontando para os corpos dispostos no chão. “Governo da Nigéria, venha a público e negue se for capaz: não está havendo massacre? Não está havendo genocídio de cristãos? Olhem para esses corpos. Mostrem se há algum muçulmano aqui!”, disse o pastor, visivelmente abalado.
Em sua mensagem, ele direcionou um apelo direto aos Estados Unidos, citando o presidente Donald Trump e pedindo ajuda internacional. “Nações Unidas, Senado americano, vocês estão vendo isso. Conselheiro especial de Trump, por favor, diga a Trump que precisamos de ajuda. Estão massacrando cristãos aqui.”
As denúncias de Ayintete são confirmadas por um relatório recente da Sociedade Internacional para as Liberdades Civis e o Estado de Direito (Intersociety), divulgado pelo portal Persecution.org. O documento revela uma campanha sistemática de violência contra cristãos na Nigéria, com uma média de 100 igrejas destruídas por mês. Desde 2009, mais de 19 mil templos cristãos foram atacados, incendiados ou forçados a encerrar suas atividades sob ameaça armada.
Os principais responsáveis, segundo o relatório, são militantes dos grupos Boko Haram, Estado Islâmico da África Ocidental (ISWAP) e pastores fulani armados, que vêm espalhando terror especialmente no norte e centro do país.
O Parlamento Europeu também reconhece a gravidade da situação. Entre 2019 e 2023, quase 17 mil cristãos foram mortos na Nigéria por causa de sua fé. Apenas nos primeiros sete meses de 2025, já foram registradas mais de 7 mil mortes e 7.800 sequestros relacionados à perseguição religiosa.
Por trás dos números, estão histórias de comunidades inteiras destruídas, famílias separadas e milhares de cristãos obrigados a fugir para sobreviver. Igrejas transformadas em cinzas e valas comuns, como a do vídeo gravado por Ayintete, tornaram-se símbolos trágicos de um conflito que o mundo, segundo o pastor, insiste em ignorar.
“Não é apenas uma crise humanitária. É uma guerra contra a fé cristã. E o silêncio global é cúmplice”, afirmou o líder religioso.