Um grupo de pastores da Convenção Batista do Sul, nos EUA, cobra que a denominação considere uma emenda que, se aprovada, proíbe permanentemente pastoras nas igrejas-membro. A medida, conhecida como “Emenda à Lei”, foi rejeitada em 2024 por ficar cinco pontos percentuais abaixo dos dois terços de apoio necessários para sua aprovação.
Na declaração “Uma Carta Aberta à Nossa Família Batista do Sul”, pastores e líderes pedem que a emenda seja discutida na próxima Reunião Anual da Convenção Batista do Sul, que ocorrerá em Dallas, Texas. O documento menciona a recente decisão do Comitê de Credenciais da convenção, que permitiu que uma igreja na Carolina do Sul mantivesse sua cooperação amigável com a convenção, mesmo com uma mulher atuando como pastora-professora.
“A emenda teria deixado claro que a Convenção só consideraria uma igreja em cooperação amigável se ela ‘afirmasse, nomeasse ou empregasse apenas homens para qualquer cargo de pastor ou presbítero, conforme qualificado pelas Escrituras’”, diz a carta aberta. Para dar continuidade à proposta, os pastores esperam que a reunião anual suspenda a regra permanente que coloca a decisão sobre a emenda nas mãos do Comitê Executivo, que decidiria se ela deve ser submetida à votação no ano seguinte.
“Já debatemos essa questão nas duas últimas convenções, e não achamos necessário esperar mais um ano para que o Comitê Executivo decida sobre a emenda”, escreveram os pastores. Eles desejam que a emenda seja votada diretamente, com uma supermaioria necessária para sua aprovação, sendo que ela precisaria da aprovação final dos mensageiros na Reunião Anual da SBC em 2026.
“Queremos ser uma convenção em cooperação amigável com igrejas que compartilham nossa confissão de fé, incluindo nossas crenças claramente expressas sobre as qualificações bíblicas para o ministério pastoral”, acrescentaram.
A Fé e Mensagem Batista de 2000 define “pastor” como alguém “que exerce o ofício pastoral e desempenha as funções de pastor”. Conforme o Artigo VI, “o ofício de pastor é reservado a homens qualificados pelas Escrituras”.
Nomeada em homenagem ao pastor Mike Law, da Igreja Batista de Arlington, na Virgínia, a Emenda à Lei alteraria a Constituição da Convenção Batista do Sul para deixar claro que nenhuma igreja membro possa ter uma mulher atuando como anciã ou pastora. Apesar de a Convenção ter excluído algumas igrejas nos últimos anos por manterem pastoras ou líderes mulheres, Law estimou que cerca de 1.800 igrejas-membro ainda tenham mulheres exercendo o ministério pastoral.
Debate polêmico
A proposta tem gerado controvérsia. O ex-presidente da Convenção Batista do Sul, JD Greear, foi um dos críticos, chamando a emenda de “insensata” e “desnecessária”, além de alertar que ela poderia levar à saída de igrejas minoritárias. Greear declarou que se opõe à emenda “não pelo seu conteúdo, mas pela tentativa de minar nossos princípios históricos de cooperação”, escreveu ele em seu site antes da votação do ano passado.
Na reunião de 2024, em Indianápolis, Indiana, 61% dos mensageiros votaram a favor da Emenda à Lei, mas a proposta precisava de 66,66% dos votos para ser ratificada, após ter sido aprovada durante a reunião anual de 2023, em Nova Orleans, com cerca de 80% dos votos de mais de 12 mil mensageiros.
Logo após a votação de 2024, a organização Baptist Women in Ministry, com sede no Texas e composta por membros de diversas denominações batistas, emitiu uma declaração comemorando o fracasso da emenda. “Somos gratas às igrejas e mensageiros da SBC que enviaram a mensagem de que as mulheres têm igual valor diante de Deus. Sabemos que alguns votaram contra a emenda por outros motivos, mas esperamos que a mensagem de apoio às pastoras seja amplificada”, afirmou o grupo.
Fonte: Comunhão com informações de The Christian Post