Investigações apontam que professores usavam títulos falsos para obter aumentos salariais de até R$ 70 mil por ano.
Um esquema de falsificação de diplomas que parecia dar credibilidade acadêmica, mas escondia fraude e prejuízo ao serviço público, entrou na mira da Polícia Federal nesta quarta-feira (27). A Operação Fake Degree foi deflagrada em Rondônia e Roraima para desmontar uma organização criminosa acusada de produzir documentos fraudulentos de pós-graduação e usá-los para garantir benefícios salariais a professores.
A ação foi autorizada pela 7ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária de Rondônia e cumpre mandados de busca e apreensão em Porto Velho e Boa Vista (RR).
Como funcionava o esquema
As investigações começaram após uma denúncia que revelou a emissão de diplomas de mestrado e doutorado supostamente expedidos por uma instituição da Venezuela. Esses documentos, porém, eram validados de forma irregular por uma entidade brasileira, o que possibilitava o reconhecimento fraudulento dos títulos.
Com o “diploma” em mãos, professores conseguiam solicitar a chamada retribuição por titulação: benefício que aumentava seus salários de forma significativa, podendo gerar ganhos superiores a R$ 70 mil ao ano.
Próximos passos
A PF segue analisando o material apreendido para identificar a extensão da fraude e possíveis novos envolvidos. O objetivo é estancar as irregularidades e responsabilizar os beneficiados pelo esquema, que distorce a valorização da educação e prejudica o uso correto dos recursos públicos.
Mais do que uma operação policial, o caso acende um alerta: a fraude não apenas compromete cofres públicos, mas também corrói a confiança na formação acadêmica e desrespeita quem se dedica anos ao estudo legítimo. Afinal, títulos falsos não apenas enganam o sistema, mas ferem o valor real do conhecimento.
Texto: Daniela Castelo Branco
Foto: Divulgação