Quase dois meses após o sequestro do piloto missionário americano Kevin Rideout em sua casa no bairro de Château 1, em Niamey, capital do Níger, cristãos locais relataram preocupação com o silêncio em torno das ações para localizá-lo e resgatá-lo.
Em entrevista recente, o padre Augustine Anwuchie, sacerdote nigeriano da Fidei Donum que atua como missionário na Diocese de Maradi, afirmou que a falta de atualizações aumenta a tensão no país. “Isso deixa uma sensação de apreensão, medo e incerteza”. Ele acrescentou: “Este caso parece estar demorando mais do que o esperado, e ninguém sabe quem são os culpados nem o paradeiro da vítima”.
Rideout, de 48 anos, pai de família, trabalhava para a organização Serving In Mission (SIM), com sede nos Estados Unidos, quando foi sequestrado em outubro. A Radio France Internationale informou que o piloto missionário teria sido levado no dia 21 de outubro por três homens, nas proximidades do Hotel Bravia, no centro de Niamey, a poucos metros do palácio presidencial.
Na quinta-feira mencionada pela reportagem, a SIM não respondeu de imediato a ligações do portal The Christian Post. Uma fonte que atua para a organização no Níger, sob condição de anonimato, disse que as informações disponíveis ainda eram limitadas. “Até agora, não tivemos muitas notícias sobre o piloto sequestrado. Só soubemos que ele foi sequestrado. … Ainda não sabemos o nome do grupo que o sequestrou”.
Autoridades do Departamento de Estado dos Estados Unidos em Niamey afirmaram anteriormente que garantir a libertação de Rideout era uma “prioridade máxima para o governo Trump”. No mês anterior, o Washington Post noticiou que o enfraquecimento das relações diplomáticas no país, descrito como de maioria muçulmana e com crescente influência do Estado Islâmico, dificultou o esforço para encontrá-lo.
Ao jornal, um ex-funcionário americano envolvido em resgates de reféns na região do Sahel declarou: “Temos menos parcerias e menos recursos”. Ele completou: “Estamos menos equipados do que estaríamos no passado para encontrá-lo”. No ano anterior, tropas americanas deixaram o Níger e bases de drones dos EUA foram fechadas, segundo a reportagem.
Ainda conforme autoridades atuais e antigas ouvidas pelo Washington Post, reuniões interinstitucionais passaram a ocorrer três vezes por semana, com participação de mais de 200 pessoas, desde o sequestro. Um funcionário americano citado na reportagem afirmou: “Esta administração é muito prática”. Em seguida, ele disse: “As perguntas são: O que precisamos fazer para trazê-lo de volta? Quais são os passos?”.
Kevin Rideout e o irmão, Ian, também piloto, trabalharam para a SIM em Charlotte, na Carolina do Norte, de acordo com uma reportagem publicada em 2014 pelo The Wellesley Townsman.
Segundo o jornal, os irmãos transportavam missionários, equipamentos e suprimentos dentro do Níger e por outras áreas da África Ocidental, apoiando ações como perfuração de poços para água potável, assistência a refugiados, projetos de reflorestamento e recuperação de terras, suporte a hospitais, ajuda a vítimas de enchentes, iniciativas de alfabetização e capacitação de viúvas, além de atendimento a órfãos.








































