Placas de trânsito não autorizadas, apontando para a “Casa do Senhor” (Beit HaShem), surgiram em ruas próximas à Cidade Velha de Jerusalém nas últimas semanas. Fabricadas de forma independente, as sinalizações – registradas pela primeira vez em 28 de julho – reacenderam discussões públicas sobre a possibilidade de reconstrução do Terceiro Templo judeu no Monte do Templo, local atualmente administrado pelo Waqf islâmico-jordaniano.
O Instituto do Templo, organização fundada em 1987 e sediada no Bairro Judeu, declarou em comunicado de 1º de agosto: “Preparamos todos os elementos necessários para o serviço sagrado”. A instituição mantém em exposição pública 102 artefatos ritualísticos completos, incluindo:
Menorá de ouro de 45 kg (candelabro)
Altares de incenso e holocaustos
Vestes sacerdotais com pedras de ônix
Instrumentos foram confeccionados sob supervisão rabínica, seguindo especificações do Êxodo 25-30.
Jo Elizabeth, analista de temas bíblicos citada pelo All Israel News (03/08/2025), observou: “A 17ª bênção da Amidá, recitada diariamente por judeus ortodoxos, pede explicitamente: ‘Restaura o serviço santíssimo da Tua casa’”. Textos como Daniel 9:27 e 2 Tessalonicenses 2:3-4 são frequentemente associados à expectativa escatológica.
Preparativos
Em 4 de agosto, o Instituto do Templo postou em sua conta oficial no X: *”Chega de Conversa! Vamos Construir! 2000 Anos e 9 Dias – A Hora é AGORA!!”*, referindo-se ao jejum de Tisha B’Av (6 de agosto), que marca a destruição dos dois Templos históricos (586 a.C. e 70 d.C.).
As atividades já documentadas incluem o treinamento de 1.200 candidatos a sacerdotes (cohanim) em rituais de pureza, o projeto “Novilha Vermelha”, o qual busca por um animal da espécie sem defeitos para produção de cinzas purificadoras, conforme a passagem de Números 19, e o plantio de oliveiras específicas para o azeite da Menorá.
Tensões geopolíticas
O Monte do Templo (Har HaBayit) permanece sob controle da Jordânia desde 1967, com acesso limitado a não-muçulmanos. Propostas informais de divisão da esplanada – atribuídas a “analistas anônimos” por Elizabeth – ganharam atenção após fracasso nas últimas rodadas de paz israelo-palestinas.
Em 2024, 3.124 tentativas de oração judaica no local foram interrompidas pela polícia israelense, segundo dados do Movimento Fiel ao Monte do Templo.
O Instituto do Templo anunciou para 10 de agosto uma exposição de plantas arquitetônicas do Terceiro Templo, baseadas em descrições do Talmud e do tratado Middot. A mostra ocorrerá simultaneamente à peregrinação judaica de Tu B’Av (15 de Av).