Subsecretário de Praia Grande é alvo de operação; defesa nega envolvimento e reforça colaboração com autoridades.
O litoral paulista ainda tenta digerir o choque causado pelo assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, morto em 15 de setembro após uma emboscada cuidadosamente planejada. Mais de duas semanas depois, a Polícia Civil deflagrou uma operação nesta terça-feira (30), cumprindo mandados de busca e apreensão em Santos, Praia Grande e São Vicente, em busca de pistas que possam esclarecer se houve participação de agentes municipais no crime.
Operação e alvos da Polícia Civil
Entre os alvos está Sandro Rogério Pardini, subsecretário de Gestão e Tecnologia de Praia Grande, cuja residência em Santos foi vasculhada. Na ação, coordenada pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), foram apreendidos celulares, notebooks, pendrives, três pistolas e documentos relacionados a processos licitatórios, além de valores em espécie e moedas estrangeiras.
Fontes, conhecido por sua atuação de mais de 40 anos na Polícia Civil e pelo combate ao Primeiro Comando da Capital (PCC), foi morto após perseguição e múltiplos disparos. Imagens de câmeras de segurança indicam que ele vinha sendo monitorado pelos suspeitos há mais de um mês, e veículos roubados foram utilizados no ataque. A SSP-SP afirmou que o planejamento do crime demonstra “conhecimento técnico” dos envolvidos.
Defesa de Pardini e Prefeitura se manifestam
A defesa de Pardini nega qualquer envolvimento no assassinato e destaca que os objetos e armas apreendidos possuem registros legais, além de reforçar a colaboração plena do subsecretário com as autoridades. A Prefeitura de Praia Grande afirmou que não recebeu comunicação oficial sobre medidas administrativas e que Pardini continua coordenando interinamente sua pasta, mantendo cooperação total com as investigações.
Suspeitos presos e foragidos
Até agora, oito pessoas foram identificadas como suspeitas do crime, quatro delas presas, incluindo Rafael Marcell Dias Simões, conhecido como Jaguar, apontado como um dos autores dos disparos. Quatro seguem foragidas, e a polícia continua investigando conexões entre o crime organizado e possíveis interesses locais contrariados pela atuação de Fontes na administração pública.
Reflexão sobre segurança e combate ao crime
O caso reacende o debate sobre a vulnerabilidade de autoridades públicas e o impacto do crime organizado em gestões municipais. Especialistas alertam que a morte de Fontes evidencia o risco crescente enfrentado por figuras ligadas ao combate ao narcotráfico e à corrupção, destacando a urgência de medidas de proteção e transparência na administração pública. A sociedade observa atenta, buscando respostas e justiça para que episódios tão violentos não se repitam.
Texto: Daniela Castelo Branco
Foto: Divulgação