A Prefeitura de Belo Horizonte se uniu ao jornalista e influenciador Luiz Othávio, conhecido como Zotha, para criar um vídeo promocional do Carnaval no Instagram, onde dois homens, caracterizados como Jesus Cristo e o diabo, trocam um beijo.
A participação do Executivo Municipal na publicação provocou polêmica entre vereadores conservadores e cristãos locais, que exigiram que a administração municipal removesse o conteúdo.
Na manhã de domingo (02), a parceria foi encerrada e o vídeo removido pelo influenciador digital. A Prefeitura tem envolvido influenciadores em uma campanha para divulgar o Carnaval da cidade em suas redes sociais.
Em sua conta no X, Nikolas Ferreira compartilhou a postagem do vereador Pablo Almeida (PL), que declarou: “A cobrança funcionou! A @prefeiturabh removeu a publicação que vilipendiava a fé cristã. Aqui esse tipo de desrespeito com o cristianismo não vai prosseguir. Contem comigo! BH tem voz”, acompanhada por uma imagem do beijo entre os homens caracterizados como Jesus e o diabo.
A cobrança funcionou! A @prefeiturabh removeu a publicação que vilipendiava a fé cristã. Aqui esse tipo de desrespeito com o cristianismo não vai prosseguir.
Contem comigo! BH tem voz. pic.twitter.com/Y8KY3aSNMi
— Pablo Almeida (@pablogalmeida) March 2, 2025
A vereadora Flávia Borja (DC), líder da Frente Parlamentar Cristã na Câmara Municipal, emitiu uma nota expressando repúdio ao ocorrido.
“Nós, da Frente Parlamentar Cristã da Câmara Municipal de Belo Horizonte, nos manifestamos em repúdio veementemente ao vilipêndio à imagem de Jesus Cristo que foi compartilhada nas redes sociais da Prefeitura de Belo Horizonte”, diz o texto.
A nota também enfatiza que a imagem de Jesus Cristo é considerada “sagrada” por milhões de cristãos em todo o mundo, sendo descrita como “um símbolo de amor, compaixão e redenção”.
“Nós defendemos o direito à liberdade de expressão, mas também acreditamos que essa liberdade deve ser exercida com responsabilidade e respeito pelos valores e crenças das diferentes comunidades e que a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, sede do poder Executivo da nossa cidade, não deveria se prestar à esse tipo de manifestação vilipendiosa, ofensiva e que agride massivamente a população da Capital de Minas Gerais”, completa o texto.
“Vilipêndio”
Wanderley Porto (PRD), também integrante da Frente, manifestou seu repúdio ao vídeo em uma publicação e afirmou ter contatado a prefeitura.
“A prefeitura teve a sensibilidade de retirar a postagem no mesmo instante que alertei o que havia acontecido. A questão é que a cena em si é um vilipêndio à fé cristã. Não estamos julgando a prática do beijo, mas a questão de querer zombar da fé, em relação à figura de Cristo. Tenho plena convicção de que o prefeito em exercício Álvaro Damião não tinha visto, assim como o corpo gestor do gabinete do prefeito”, afirma Wanderley.
O vereador também reconheceu que a prefeitura “fez a parte dela” em promover uma grande festa como o Carnaval. “Assim, como o fato foi corrigido no mesmo momento em que o apresentei, não há nenhuma medida a se tomar”, ressalta.
O vereador Pablo Almeida (PL) também criticou a prefeitura e se manifestou nas redes sociais contra a publicação.
“Não podemos permitir a normalização do ataque ao cristianismo. Ainda mais quando ele vem de um vídeo publicado pelo poder Executivo do município. A prefeitura utilizou as redes sociais para propagar o vilipêndio da fé cristã fantasiado de ‘expressão cultural’”, disse.
O movimento Direita Minas, que deu origem a figuras como Nikolas Ferreira (PL) e Bruno Engler (PL), também se posicionou contra a publicação.
“A prefeitura, atualmente sob comando de Álvaro Damião, promove um ataque aos valores Cristãos que construíram nossa civilização. E não, você não tem que respeitar essa bizarrice e quem as promove. Quem quiser respeito, que primeiro respeite. Álvaro Damião, Fuad e seus funcionários são irresponsáveis e hipócritas”, afirma o post.
Proposta legislativa
Vereadores da Frente Cristã da Câmara de Belo Horizonte têm intensificado críticas ao Carnaval na cidade. Segundo O Tempo, os parlamentares planejam apresentar um projeto de lei para proibir a passagem de blocos carnavalescos em ruas próximas a igrejas, templos e centros espíritas durante as festividades.
O assunto foi discutido durante o primeiro ciclo de atividades do Plenário da Casa na Legislatura 2025/2028, realizado entre 3 e 14 de fevereiro. No entanto, o texto ainda não foi apresentado.
As próximas votações estão previstas apenas para depois do Carnaval. Se o projeto começar a tramitar e for aprovado, sua aplicação será válida somente a partir de 2026.
