A fundação da primeira “Igreja” de Lúcifer do nordeste, em Fortaleza, está causando críticas entre os moradores da capital do Ceará.
O templo que pratica rituais de quimbanda, missas negras de alta magia e culto ao diabo funciona há um ano no bairro Benfica, liderado pelo sacerdote-bruxo Paulo Padilha.
No Instagram, a Igreja fez um convite público para as pessoas se tornarem membros da instituição, prometendo sucesso em amarrações amorosas.
A “Igreja”, que funciona desde janeiro de 2024, causou discussões nas redes sociais, com muitos moradores locais preocupados que o templo satanista provoque influências negativas e maldições.
“Amarrações amorosas? Onde isso é saudável? No mínimo as consequências são adultério, divórcio por adultério e as motivações são invejas e o amor deturpado!”, questionou uma usuária, nos comentários de um vídeo sobre o novo templo.
Outra internauta escreveu: “Jesus está voltando, os sinais estão claros”. Outra lamentou: “Vão pedir proteção a ele que veio para roubar, matar e destruir”.
Apropriação da cultura cristã
Em janeiro deste ano, a “Igreja” da Pombagira também foi inaugurada em Porto Alegre (RS). Embora o templo, assim como a “Igreja” de Lúcifer, promovam rituais de religiões de Matriz Africana, foram chamadas de “Igrejas” – um termo restrito às organizações eclesiásticas do cristianismo, incluindo igrejas evangélicas, protestantes, católicas e do cristianismo oriental.
A “Igreja” da Pombagira recebeu críticas nas redes sociais por se apropriar da cultura cristã e dos termos cristãos.
“Igreja só existe a que Jesus nos deixou”, escreveu um usuário, nos comentários de um vídeo anunciando a construção do local, publicado pelo influenciador Vinicius da Ilha no Instagram.
Outra internauta afirmou: “Deus está mostrando as obras de Satanás que antes vivia oculta, estamos vivendo os últimos dias aqui na terra. Eu e minha família serviremos ao Senhor e as portas do inferno não há de prevalecer contra a nossa escolha”.
“Maior é o que está conosco”
Comentando sobre o aumento de instituições satanistas no Brasil, que antes eram ocultas ao grande público, o pastor João Antônio de Souza Filho lembrou que as forças malignas não têm poder contra a Igreja.
“Não vai afetar em nada a Igreja. É só mais uma presença dele aqui no nosso estado”, afirmou ele, em vídeo no Instagram sobre a construção de uma estátua de Lúcifer em Gravataí (RS).
“Isso vai deixar a Igreja mais forte, mais dinâmica, mais guerreira. Então, não se preocupe com essas manifestações”, encorajou.
O historiador ainda deu o exemplo de São Francisco, na Califórnia, Estados Unidos, onde se iniciou a Igreja de Satanás. Apesar da presença do ocultismo na cidade, a igreja local continuou caminhando forte.
“Vamos sofrer fortes opressões espirituais, mas maior é aquele que está conosco do que aquele que está no mundo”, declarou o pastor João.
“Então, não se apavore, isso vai levar a Igreja a orar mais, a buscar mais a Deus, a jejuar e a afiar a sua espada contra as forças inimigas”, concluiu.
