Um professor do ensino fundamental no Reino Unido, demitido do cargo, entrou com uma ação contra autoridades locais após ter sido investigado por declarações feitas a um aluno muçulmano, segundo informações divulgadas por uma organização britânica de defesa da liberdade de expressão.
A Free Speech Union informou que representa o professor, que não teve o nome divulgado. De acordo com a entidade, ele teria sido alvo de críticas após repreender alunos que lavavam os pés nas pias do banheiro masculino, prática descrita como um ritual de preparação para a oração entre muçulmanos.
Segundo o relato, depois do episódio o professor disse aos alunos que “a Grã-Bretanha ainda é um estado cristão” e afirmou que o Islã é uma religião minoritária no país. O diretor da organização, Lord Toby Young, declarou à Fox News: “Afirmar que a Grã-Bretanha é um país cristão e salientar que o rei é o chefe da Igreja da Inglaterra não é algo particularmente polêmico do ponto de vista político. É apenas constatar um fato bastante óbvio”.
Ele também disse que a reclamação partiu do pai de um aluno: “O pai de um aluno da escola reclamou porque a professora disse ao menino para não lavar os pés em uma das pias dos banheiros da escola”, afirmou.
De acordo com o Premier Christian News, a escola demitiu o professor em fevereiro, após tê-lo suspendido em 2024. Ele foi informado pela polícia e pelo conselho local de proteção à infância de que o caso seria investigado como crime de ódio. A apuração policial foi posteriormente arquivada, ainda segundo o relato. Já a investigação do conselho local de proteção à infância concluiu que o professor teria feito comentários ofensivos sobre o Islã e que deveria ser impedido de trabalhar com crianças.
O professor recorreu à Teaching Regulation Authority (TRA). Após uma audiência completa, a TRA rejeitou as acusações, com o entendimento de que “não havia caso a responder”. Young afirmou que, se o resultado tivesse sido diferente, o professor poderia ter sido banido da profissão de forma permanente. No momento, conforme a organização, ele trabalha em meio período fora de Londres.
“As coisas chegaram a um ponto crítico neste país se um professor pode ser considerado um risco para a segurança de crianças simplesmente por dizer algo que é inegavelmente verdade”, disse Young ao The Telegraph. Ele acrescentou: “Se ele tivesse afirmado que o Islã é a religião oficial da Inglaterra, mesmo que isso não seja verdade, duvido que ele teria se metido em problemas”.
Outro caso envolvendo conselhos de proteção à infância veio à tona recentemente. Jamie Michael, de Penygraig, no sul do País de Gales, foi proibido de treinar o time de futebol da filha e preso no trabalho após publicar no Facebook um vídeo criticando imigrantes ilegais, segundo informações atribuídas à Free Speech Union.
Michael foi acusado de incitar ódio racial por um vídeo de 12 minutos em que usou termos depreciativos para se referir a alguns imigrantes, segundo o texto. A denúncia teria sido feita por um funcionário do Partido Trabalhista, e ele teria sido preso e submetido a 17 dias de prisão domiciliar, com fiança negada enquanto aguardava julgamento.
De acordo com a CBN News, um júri o absolveu em 17 minutos, mas que ele continuou impedido de atuar perto de crianças por decisão do conselho local, que o classificou como “inadequado” para estar com elas. Com isso, ele não pode treinar a equipe da filha.
“É uma sensação horrível ter que dizer às pessoas que estou proibido de treinar um time de futebol feminino. O que vem à mente das pessoas é que eu devo ser um pervertido ou que fiz algo violento com crianças”, disse Michael em um comunicado citado no texto. Com apoio da Free Speech Union, ele afirma que processa o conselho.
Ao comentar esse tipo de situação, Young disse à Fox News: “Temos mais de uma dúzia de casos de pessoas encaminhadas a comissões de proteção à infância por serem consideradas uma ameaça à segurança das crianças, simplesmente por causa das opiniões que expressaram”.







































