Uma pesquisa de opinião realizada pela AtlasIntel e divulgada na sexta-feira (31) indica que 77,6% dos evangélicos consultados manifestaram apoio à megaoperação policial realizada nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, na semana passada.
O confronto resultou em 121 óbitos. Entre os católicos, 55,7% declararam ser contrários à ação, percentual similar ao verificado entre ateus e agnósticos (55,7%).
O presidente da Convenção Evangélica dos Ministros das Assembleias de Deus no Estado do Espírito Santo (Cemades), pastor Álvaro Oliveira Lima, afirmou que é necessário distinguir o apoio a uma operação contra o crime do apoio a um massacre.
“Vejo que a ação é para combater o crime, àqueles que aliciam e viciam as crianças, entre outras criminalidades. Então, diante desse cenário, é razoável combater o crime, pois está dentro do nosso estado democrático de direito”, declarou.
O religioso enfatizou que o policial tem o dever de agir para coibir atividades criminosas e, quando confrontado com disparos de fuzil, precisa reagir. “Se na ação legítima acontecer mortes de quem está à margem da lei, tem todo o respaldo, ordenado pelas leis já instituídas na Constituição Federal e o Código Civil”, justificou.
Questionado sobre a possibilidade de o posicionamento majoritário dos evangélicos sobre a megaoperação estar vinculado a uma visão política bolsonarista, o pastor discordou.
“Hoje em dia, a pessoa que defende os seus princípios logo é rotulada como uma defensora de ideia política. Não vejo assim”, afirmou. Lima acrescentou que, em sua avaliação, “entre escolher morrer um pai de família ou alguém que vive à margem da lei, é natural escolher a vida de um pai de família, independentemente de posição política”.
O pastor também citou passagens bíblicas para fundamentar sua perspectiva, mencionando o episódio dos amalequitas, em que, segundo o relato de 1 Samuel 15, Deus determinou a eliminação completa de um povo considerado irrecuperável. “Porque eram irrecuperáveis. Não tinha mais solução para aquele povo”, explicou.
Sobre o papel da igreja, Lima afirmou que a instituição deve atuar na prevenção da criminalidade por meio de sua missão evangelizadora. “Onde a polícia tem que entrar com o fuzil, o crente entra apenas com a Bíblia, onde o Estado não consegue chegar”, disse. “Esse é o caminho da igreja. É colocar em prática o que Jesus mandou fazer.”
A pesquisa da AtlasIntel sobre a megaoperação ouviu 1.089 pessoas em todos os estados do país. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, com um intervalo de confiança de 95%. Com informações: Comunhão.








































