Passar apenas 15 minutos por dia ao ar livre reduz significativamente sintomas de ansiedade, depressão e fadiga, além de elevar a sensação de vitalidade. A conclusão é de uma revisão de 450 estudos conduzida pela Universidade de Stanford, publicada nesta quarta-feira.
Segundo os pesquisadores, os benefícios são imediatos e independem da prática de exercícios físicos.
“Interações breves com a natureza já proporcionam melhoras mensuráveis no humor, na função cognitiva e no controle da ansiedade”, afirmou o professor Yingjie Li, líder da pesquisa.
O estudo destaca que exposições superiores a 45 minutos ampliam os efeitos, especialmente na redução do estresse. Jovens adultos são os mais beneficiados – grupo etário no qual 75% dos transtornos mentais surgem antes dos 25 anos.
Recomendações
Com projeções indicando que 70% da população global viverá em cidades até 2050, os cientistas defendem políticas de ampliação de áreas verdes.
“Parques de bolso e arborização urbana são estratégias eficazes para integrar a natureza ao cotidiano”, explicou Li. Pequenos espaços naturais, como praças e bosques municipais, já demonstraram capacidade de reduzir sintomas depressivos em moradores de centros urbanos.
Saúde Mental
Os achados surgem em um cenário de crescimento acelerado de demandas por atendimento psicológico. Dados citados no estudo indicam que buscas por apoio em saúde mental aumentaram 40% após a pandemia, totalizando quase 4 milhões de novos casos.
Estima-se que um em cada seis adultos enfrentará depressão ao longo da vida, com sintomas como humor persistentemente rebaixado, alterações de sono e perda de interesse em atividades.
No Reino Unido, o Escritório Nacional de Estatísticas (ONS) reporta que quase 25% das crianças apresentam transtornos mentais prováveis. Autoridades locais associam parte do problema à crise do custo de vida, que dificulta a inserção de jovens no mercado de trabalho.
Entre pessoas de 18 a 24 anos, a inatividade econômica por razões de saúde mental mais que dobrou na última década.
“Estes resultados reforçam que o acesso à natureza deve ser tratado como política pública de saúde”, concluíram os pesquisadores, sugerindo a inclusão de “pausas naturais” em rotinas diárias como intervenção de baixo custo e alto impacto.