A Mostra se consolida como uma importante política pública de inclusão cultural, remição de pena e promoção de cidadania
Com o objetivo de reforçar o papel da cultura como direito fundamental e instrumento de transformação social, o governo de Rondônia participou, nos dias 14 e 15 de julho, da 1ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos no Sistema Prisional. A iniciativa, de alcance nacional, promoveu a exibição de curtas-metragens e rodas de conversas com reeducandos em unidades prisionais de todo o Brasil, incluindo duas em Porto Velho: o Centro de Ressocialização Sueli Maria Mendonça e a Penitenciária Estadual Jorge Thiago Aguiar Afonso.
A realização em Rondônia foi coordenada pela Secretaria de Estado da Justiça (Sejus). A ação é fruto de uma parceria entre a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), o Ministério das Mulheres, a Universidade Federal Fluminense (UFF), a Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A mostra apresentou uma seleção de 13 curtas-metragens brasileiros, com destaque para a produção rondoniense Somos Terra, dos diretores Elisabeth Christofoletti e Nilson Santos, que aborda temáticas indígenas.
Curtas exibidos na mostra:
- Confluências;
- Big Bang;
- Hábito;
- Belos Carnavais;
- Mansos;
- Sobre a Cabeça os Aviões;
- Marina não Vai à Praia;
- Lapso;
- Sobre Amizade e Bicicletas;
- Máquina de Lazer;
- Água Rasa;
- Somos Terra; e
- Marés da Noite.
Para o governador de Rondônia, Marcos Rocha, através da educação e da cultura é possível transformar vidas. “Esta mostra representa um passo importante para a reintegração dos reeducandos à sociedade, com dignidade e respeito aos seus direitos fundamentais, além de beneficiar toda a sociedade”, evidenciou.
Cultura como ferramenta de ressocialização
Durante os dois dias, os internos participaram de sessões de cinema seguidas de debates sobre cidadania, dignidade e equidade. Ao todo, 60 reeducandos do sistema prisional masculino e 20 reeducandas do sistema feminino participaram da atividade, que está alinhada à Resolução CNJ nº 391/2021, a qual reconhece a remição de pena pela participação em atividades educacionais não formais.
Segundo o coordenador Nacional de Educação, Cultura e Esportes da Senappen, Carlos Rodrigo Martins Dias, que esteve presente acompanhando a mostra de cinema em Rondônia, a iniciativa representa mais do que um ato cultural, é um direito humano. “A dignidade de viver, que toda pessoa precisa ter para conviver de forma respeitosa e exercer seus direitos humanos plenamente, não está apenas no momento de assistir aos filmes, mas em ter um espaço para trocar ideias sobre o que foi pensado a partir da visualização dos curtas-metragens, que trazem uma mensagem, uma ideia que amplia nosso olhar sobre o tema exibido. O cinema não é apenas lazer; ele aborda temas importantes que geram reflexão e diálogo. Esse tipo de atividade ajuda a mostrar que os direitos são para todos e devem ser exercidos”, destacou.
O coordenador Nacional de Educação, Cultura e Esportes da Senappen também destacou a atuação do estado. “A mostra aqui em Rondônia foi organizada para alcançar o maior número possível de pessoas, o que demonstra o esforço da gestão em levar o acesso ao cinema e, principalmente, promover debates sobre direitos humanos e dignidade”, enfatizou.
O secretário da Sejus, Marcus Rito, enfatizou que os investimentos em iniciativas como essa se traduz em um sistema prisional mais humanizado e efetivo. “Estamos dando visibilidade à cultura como um direito essencial e, ao mesmo tempo, trabalhando pela ressocialização efetiva de quem está no sistema.”
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