Tribunal do Júri reconhece assassinato de Lindalva Galdino de Araújo, vítima de violência doméstica.
O sargento da Polícia Militar Gilmar de Souza Castro, de 54 anos, foi condenado a 28 anos e três meses de prisão pelo assassinato da companheira, Lindalva Galdino de Araújo, que tinha 53 anos na época do crime. A sentença foi lida na madrugada desta quinta-feira (16) em Porto Velho, após mais de 16 horas de julgamento no Tribunal do Júri.
Crime brutal e tentativa de encobrimento
O assassinato ocorreu na noite de 3 de julho de 2022, no bairro Mariana, em Porto Velho. Segundo as investigações, Gilmar disparou contra o pescoço de Lindalva e, em seguida, jogou o corpo no rio Madeira. De acordo com o processo, ele envolveu o corpo em uma lona, colocou-o no porta-malas do carro e o abandonou em uma ribanceira no ramal Maravilha.
Durante a fase de investigação, o sargento chegou a confessar o crime e indicou o local onde o corpo havia sido deixado, permitindo que os Bombeiros o localizassem. A defesa alegou que o disparo teria sido acidental e que Gilmar teria entrado em desespero após o ocorrido, mas a acusação e o júri reconheceram a ação como homicídio doloso.
Histórico de violência doméstica
O processo revelou que Lindalva sofria agressões verbais e físicas frequentes. Uma das filhas do casal relatou que a mãe apresentava hematomas pelo corpo, mas permanecia na relação acreditando que ele “mudaria”. Após o crime, o réu tentou enganar familiares e conhecidos, alegando que Lindalva havia saído para comprar cerveja e não retornado. Manchas de sangue na residência, porém, despertaram a desconfiança das filhas, que acionaram a polícia.
A condenação do sargento marca uma resposta da Justiça a casos de violência doméstica e feminicídio, destacando a importância de atenção às vítimas e à denúncia de abusos. Este episódio reforça a urgência de políticas de proteção às mulheres e o papel da sociedade em não silenciar diante de sinais de violência.
Texto: Daniela Castelo Branco
Foto: Divulgação/Rondoniagora