Na ocasião, Michelle Bolsonaro compartilhou em seus Stories do Instagram uma publicação da então vereadora Sonaira Fernandes, que mostrava um vídeo de Lula em uma cerimônia de candomblé e dizia que o então candidato tinha entregado “sua alma para vencer essa eleição”.
“Lula já entregou sua alma para vencer essa eleição. Não lutamos contra a carne nem o sangue, mas contra os principados e potestades das trevas. O cristão tem que ter a coragem de falar de política hoje, para não ser proibido de falar de Jesus amanhã”, dizia a legenda da publicação de Sonaira Fernandes, atualmente secretária de Políticas para a Mulher da gestão Tarcísio de Freitas em São Paulo.
A publicação nas redes sociais ganhou enorme repercussão, o que gerou uma denúncia contra Michelle Bolsonaro, que à época era primeira-dama e estava engajada na campanha de reeleição do marido, Jair Bolsonaro.
De acordo com Paiva, as ponderações da ex-primeira-dama “mais se aproximam de um reclame quanto a uma possível intolerância sofrida pela sua crença do que propriamente a um ataque à religião africana”, o que é um exercício legítimo da liberdade de expressão.
O procurador considerou a publicação “preconceituosa, intolerante, pedante e prepotente”, mas enfatizou que Michelle Bolsonaro “encontra guarida na liberdade de expressão religiosa” para expor seus questionamentos sobre o episódio com Lula na cerimônia de candomblé, e acrescentou que “em tal dimensão, não preenche o âmbito proibitivo da norma penal incriminadora”, o que explica a decisão de arquivar a denúncia.
Fonte: Gospel Mais