O Afeganistão enfrenta uma das piores tragédias recentes após o terremoto de magnitude 6 que atingiu a região leste do país no último domingo (31). O balanço atualizado nesta terça-feira (2) pelo porta-voz do Taleban, Zabihullah Mujahid, aponta ao menos 1,4 mil mortos e mais de 3 mil feridos, número que pode aumentar conforme as equipes de resgate avançam em áreas isoladas.
O tremor destruiu aldeias inteiras, onde casas de barro e madeira desabaram com facilidade, soterrando famílias enquanto dormiam. O terreno montanhoso dificulta o acesso das equipes, obrigando autoridades a recorrer a helicópteros para evacuar os feridos. De acordo com a ONU, a taxa de vítimas pode crescer de forma exponencial à medida que novas regiões são alcançadas.
Além das dificuldades naturais, a tragédia ocorre em um cenário já crítico para o país, que enfrenta cortes na ajuda internacional, crise econômica e forte restrição de direitos sob o regime do Taleban. O coordenador da ONU no Afeganistão, Indrika Ratwatte, alertou que a comunidade internacional precisa agir rapidamente. “São decisões de vida ou morte, enquanto corremos contra o tempo para chegar às pessoas”, declarou.
Entre as organizações que se mobilizaram está a Christian Aid, que anunciou a liberação imediata de £ 50 mil para apoiar os esforços emergenciais por meio da Organização para Coordenação de Assistência Humanitária (OCHR). A entidade britânica também lançou uma campanha global de arrecadação para ampliar o socorro às vítimas.
Segundo Yaqoob Rauf, gerente interino da Christian Aid no país, os recursos têm sido usados para fornecer água potável, alimentos, abrigo e itens básicos. Ele ressaltou que mulheres e meninas estão entre os grupos mais vulneráveis neste momento. “Este é um golpe devastador, que se soma à crise econômica persistente e ao terremoto de Herat em 2023. Mesmo antes desta tragédia, a população já vivia sob imensa pressão”, disse.
A ONU informou que mais de 420 unidades de saúde no Afeganistão foram fechadas ou suspenderam atividades por falta de recursos, incluindo 80 na região leste, epicentro do terremoto. A precariedade da rede hospitalar sobrecarrega as estruturas ainda em funcionamento, que operam com poucos suprimentos e profissionais.
O Taleban, reconhecido oficialmente apenas pela Rússia, pediu ajuda internacional, mas a resposta tem sido limitada diante de crises humanitárias concorrentes e da resistência de países doadores às políticas de repressão contra mulheres e meninas. Recentemente, os Estados Unidos cortaram parte do financiamento ao país, agravando o quadro de vulnerabilidade da população.
Em meio a tantas dificuldades, missionários e agências humanitárias destacam que a solidariedade internacional será crucial para evitar uma catástrofe ainda maior. Uma página especial foi criada pela Christian Aid para receber doações e disponibilizar orações em apoio às vítimas da tragédia.
Folha Gospel com informações de The Christian Today e Comunhão e Agência Estado