Na quinta-feira (25), o Brasil celebrou o Dia Nacional do Rádio, meio de comunicação que permanece como instrumento de evangelização e companhia para milhões de ouvintes. Dados do setor indicam que as emissoras religiosas representam parcela significativa do espectro radiofônico nacional, impactando profundamente toda a sociedade.
A trajetória do rádio evangélico no país remonta ao século XX. Segundo André Castilho, diretor de produção da Rádio Trans Mundial (RTM), as primeiras transmissões religiosas ocorreram em 1929, com um culto da missão luterana pela Rádio Clube do Brasil. Em 1943, a Igreja Adventista inaugurou o programa “A Voz da Profecia”, que se tornou referência nacional.
Esnau Filho, supervisor da Rede de Rádios Novo Tempo, destacou a capilaridade do meio. “Muitas cidades do interior só conheceram o evangelho por meio das ondas do rádio, criando laços de identidade espiritual que permanecem até hoje”, afirmou.
Com a evolução tecnológica, as emissoras adaptaram-se às novas plataformas. Josias Júnior, gerente de comunicação da Igreja Cristã Maranata, observou que a Rádio Maanaim nasceu 100% digital, utilizando redes sociais e aplicativos. “O rádio já não está preso às ondas: ele alcança os quatro cantos da terra”, declarou.
Castilho concorda, celebrando a vitória do rádio sobre o tempo. “Essa integração com novas plataformas nos permitiu alcançar públicos que antes não eram atingidos pelo rádio tradicional, mantendo vivo nosso propósito de levar a mensagem do evangelho a cada vez mais pessoas”, afirmou.
Impacto social
O radialista Edinho Lima, com três décadas de experiência, relatou um caso emblemático ocorrido em Vitória (ES). “Um ouvinte decidido a cometer suicídio sintonizou por acaso nossa programação. A mensagem fez com que desistisse da ideia e procurasse uma igreja no mesmo dia”, contou.
Para André Castilho, da RTM, o rádio mantém características únicas: “É uma linguagem simples e direta, que educa, informa, entretém e transmite a mensagem de forma eficaz”. A emissora, que iniciou com fitas enviadas por navio ao Caribe, hoje possui transmissão em múltiplas plataformas digitais.
Segundo Esnau Filho, a renovação é fundamental para dialogar com novas gerações. “Investimos em podcasts, transmissões ao vivo e integração com redes sociais. O rádio hoje é multiplataforma”, explicou.
Com a utilização do rádio como instrumento de evangelização, as igrejas evangélicas no Brasil conseguiram ter um alcance ainda maior, impactando em seu crescimento. Atualmente, bem diferente do que alguns imaginam, a tecnologia permite com que essa prática continue viva.
“O rádio que consegue agregar as plataformas digitais, como streaming e podcasts, torna-se indispensável nos dias de hoje. A mídia digital veio para impulsionar ainda mais o rádio, potencializando sua força como meio de comunicação”, analisou Lima, segundo a Comunhão.
Castilho concluiu, segundo a Comunhão: “Ele não exige atenção total do ouvinte, mas consegue transmitir a mensagem com eficácia. É um companheiro diário”.