Investigações revelam atentados violentos, ataques a agentes públicos e ordens da cúpula da facção mesmo de dentro de presídios.
A violência deixou marcas profundas em diversas cidades de Rondônia, mas o Ministério Público do Estado (MPRO) dá um passo decisivo para buscar justiça. Nesta quinta-feira (18), o órgão, por meio do Gaeco e do Nufac, ofereceu denúncia à Justiça contra 34 pessoas suspeitas de integrar o Comando Vermelho (CV) no estado, responsáveis por uma onda de ataques que colocou a população em alerta.
Investigações e ataques violentos
Conforme apurado pela Delegacia Especializada na Repressão a Extorsões, Roubos e Furtos (DERF), com apoio da Força-Tarefa Integrada de Combate ao Crime Organizado (FTICCO-RO), a facção realizou atentados entre 11 e 17 de janeiro de 2025 como retaliação à morte de um integrante em confronto com a Polícia Militar. Os ataques incluíram homicídios de agentes públicos, incêndios, explosões, depredações, imposição de “toques de recolher” e interrupção de serviços essenciais, como transporte e escolas.
As ordens partiam da cúpula do CV, incluindo membros recolhidos em unidades prisionais. Entre os denunciados, um líder foi transferido para o Sistema Penitenciário Federal (SPF) durante as investigações, apontado como principal articulador das ações criminosas.
Estrutura da facção e penas aplicáveis
A denúncia, que soma mais de 170 páginas, detalha a estrutura do Comando Vermelho em Rondônia, organizada em núcleos de comando, planejamento e execução em várias cidades. Aos denunciados, o MPRO imputa crimes de organização criminosa armada com participação de adolescentes, incêndio, explosão e dano qualificado. As penas para os líderes podem ultrapassar 380 anos de reclusão, reforçando a gravidade das ações.
Prisão e instrução processual
Parte dos suspeitos permanece presa preventivamente, e o MPRO solicitou a manutenção das custódias devido ao risco de novas investidas. Agora, caberá ao Poder Judiciário decidir sobre o recebimento da denúncia, o prosseguimento da ação penal e a manutenção das prisões cautelares. Toda a instrução processual será acompanhada de perto pelo Gaeco/MPRO.
Essa denúncia representa mais do que um ato legal: é a resposta firme do Estado à violência que aterrorizou comunidades e famílias. Para os rondonienses, é um passo de esperança e de reafirmação de que a lei e a proteção da população devem prevalecer sobre o medo e a impunidade.
Texto: Daniela Castelo Branco
Foto: Divulgação