Um importante sítio arqueológico localizado dentro do complexo da Torre de Davi, próximo ao Portão de Jaffa na Cidade Velha de Jerusalém, está em fase final de preparação para abertura ao público, segundo arqueólogos que trabalham no local.
As escavações no local, conhecido como Kishle — termo de origem otomana para “abrigo de inverno” —, revelaram camadas históricas que abrangem mais de dois milênios.
O arqueólogo da Autoridade de Antiguidades de Israel, Amit Re’em, que lidera os trabalhos no local desde 1999, explicou que as escavações começaram em uma antiga prisão do Mandato Britânico, construída na década de 1930. Essa estrutura foi erguida dentro de um edifício otomano preexistente, datado da década de 1830.
“Após removermos os pisos dessas construções mais recentes, iniciamos a escavação arqueológica e encontramos evidências de uma atividade industrial do período das Cruzadas, do século XII d.C.”, relatou Re’em.
Em níveis mais profundos, a equipe descobriu duas maciças paredes paralelas com preenchimento de terra entre elas. “Acreditamos, com base em todos os dados, que estamos diante das fundações do palácio particular do Rei Herodes, do século I a.C.”, afirmou o arqueólogo.
Abaixo dessa estrutura, foi identificado o principal sistema de esgoto do palácio herodiano. Sob esse sistema, os arqueólogos encontraram uma fortificação do período hasmoneu (também conhecido como Macabeu), que corresponde ao século II a.C., época em que a dinastia judaica recuperou e purificou o Segundo Templo — evento central da festa de Hanukkah.
Futura Ala do Museu da Torre de Davi
As escavações estão sendo realizadas como parte dos preparativos para a nova Ala Schulich de Arqueologia, Arte e Inovação do Museu da Torre de Davi. A diretora do museu, Eilat Lieber, detalhou os planos para o espaço. “Nos próximos dois anos, vamos instalar um piso de vidro flutuante neste edifício e iluminar as antiguidades, para que os visitantes possam apreciar as diferentes camadas da Jerusalém antiga”, declarou.
O objetivo da nova ala é utilizar uma combinação de artefatos históricos, projeções tecnológicas, maquetes e outros recursos para contar a história da cidade. Lieber destacou a singularidade do local:
“Aqui em cima, você vê os vestígios da prisão britânica, com marcas e nomes deixados pelos prisioneiros. À medida que descemos, alcançamos camadas mais antigas, chegando até o período hasmoneu. Essa é a singularidade do local: contar uma narrativa contínua, da fundação do Estado de Israel até as raízes mais profundas da história judaica em Jerusalém”.
A abertura do espaço ao público está prevista para os próximos anos, integrando-se ao projeto de renovação e expansão do museu. Com: CBN News.









































