Em Cuba, pelo menos 996 atos contra a liberdade religiosa ocorreram em 2024, pelo menos esse é o número para o qual há registros. Um número superior ao do ano anterior, “que reflete um cenário inalterável de violações dos direitos religiosos dos cidadãos, apesar da propaganda governamental”, denunciou o Observatório Cubano de Direitos Humanos (OCDH).
“As liberdades religiosas em suas diversas formas continuam sendo violadas em Cuba”, disse a ONG.
Ele também indicou que “tanto as limitações legais e burocráticas contra as igrejas independentes (em sua maioria evangélicas) quanto o assédio contra seus membros repercutem no cidadão comum, que vê nas comunidades cristãs uma mão amiga em meio a tanta pobreza, principalmente depois dos desastres causados pelos furacões”.
Em particular, as igrejas cristãs independentes, não reconhecidas pelo Governo e incapazes de serem reconhecidas, sofreram assédio pela Segurança do Estado. “As religiões continuam sob suspeita. A existência do Escritório de Assuntos Religiosos do Partido Comunista e de unidades especiais de contrainteligência para ‘lidar’ com líderes religiosos e se infiltrar e monitorar suas comunidades não correspondem ao caráter secular proclamado do Estado, muito menos à suposta imagem de tolerância religiosa”, acrescentou o OCDH.
Entre as violações mais frequentes documentadas pelo OCDH estão a proibição de comparecimento a missas e serviços religiosos, multas para líderes religiosos de igrejas evangélicas e outras não reconhecidas pelo Estado, assédio a cristãos com compromisso cívico e a negação de assistência religiosa a presos políticos. Vários de seus líderes, especialmente aqueles que realizam trabalhos sociais importantes, foram citados, multados ou ameaçados com consequências legais mais sérias e confiscos.
Atualmente, as relações entre o regime e as igrejas e líderes cristãos estão tensas, devido às constantes críticas publicadas nas redes sociais, referindo-se ao colapso geral, às injustiças e à falta de liberdades na sociedade cubana.
Segundo fontes da OCDH, em Cuba há mais de 60 igrejas, ministérios ou congregações cristãs sem reconhecimento legal, incluindo “Viento Recio” (Las Tunas), “Deus sacode Cuba e as Nações”, “Emmanuel” (Santiago de Cuba) e “Palabra de Fuego Bendición Sagrada” (Camagüey).
A organização também enfatizou que “vários presos políticos cristãos de diferentes denominações tiveram assistência religiosa negada”.
“O clima de restrições legais e assédio, especialmente contra movimentos religiosos independentes, afeta seu trabalho social, uma vez que lhes é negado status legal. Essa falta de reconhecimento estatal coloca problemas práticos, por exemplo, na abertura de contas bancárias institucionais ou na contratação de funcionários”, acrescentou.
“No início de 2025, Miguel Díaz-Canel se comprometeu com a Santa Sé a libertar 553 prisioneiros no Ano do Jubileu, mas o processo, que carece de transparência e condições justas, está suspenso no momento em que este comunicado foi escrito”, concluiu o OCDH.
Folha Gospel com informações de Evangelico Digital