Um homem judeu de 32 anos foi agredido fisicamente na frente de seus três filhos pequenos no Dickie Moore Park, em Montreal, Canadá, na última sexta-feira (8 de agosto). O caso, registrado em vídeo por uma testemunha, gerou condenação nacional e internacional e levou à prisão do suspeito nesta segunda-feira (11).
Por volta das 15h30, a vítima caminhava com seus filhos (9, 6 e 3 anos) quando Sergio Yanes Preciado, 23, aproximou-se e jogou água de uma garrafa contra ela.
Em seguida, o agressor empurrou o pai judeu, desferiu socos no seu rosto e chutes, enquanto uma das crianças se agarrava a ele. Antes de fugir, o agressor arrancou o quipá (cobertura ritual judaica) da vítima e jogou-o em uma fonte.
A polícia de Montreal confirmou que a vítima, identificada como membro da comunidade judaica ortodoxa local, foi hospitalizada com fratura nasal e hematomas faciais.
“As crianças não sofreram ferimentos físicos, mas estão profundamente traumatizadas”, declarou Mayer Feig, porta-voz da comunidade judaica hassídica de Montreal, à CBC News.
Reações e prisão
O primeiro-ministro canadense, Mark Carney, condenou o ataque em rede social: “Um ato terrível de violência. Todos no Canadá têm direito inalienável à segurança”. O presidente de Israel, Isaac Herzog, classificou-o como “ataque antissemita” e convidou a família a visitar Israel.
Já o chanceler israelense Gideon Sa’ar expressou preocupação com o “crescente antissemitismo no Canadá”.
Sergio Yanes Preciado foi preso em 11 de agosto e responde por agressão, ameaça e crime de ódio. Investigadores analisam seu histórico e motivações.
Aumento do antissemitismo
Um relatório divulgado em julho pelo Ministério da Diáspora de Israel, em parceria com a Organização Sionista Mundial e a Agência Judaica, apontou aumento de 800% em incidentes antissemitas no Canadá desde o início da guerra Israel-Hamas em outubro de 2023.
“Este não é um caso isolado”, afirmou Feig, ressaltando que a vítima não relatou qualquer provocação prévia. A comunidade judaica de Montreal realizou vigília no domingo (10), exigindo ações concretas contra a intolerância religiosa.