O pastor Judiclay Santos, da Igreja Batista no Jardim Botânico, gravou um vídeo em protesto contra a situação vivida pela capital fluminense ao longo dos últimos anos, que culminou com a operação policial da última terça-feira, 28 de outubro, resultando em mais de 80 prisões e mais de 100 mortes.
“O Rio de Janeiro é uma das cidades mais bonitas do mundo. É o cartão postal do Brasil, a nossa mais conhecida cidade no exterior. A despeito de toda a sua beleza, o Rio vem sendo, ao longo de décadas, devastado pelo crime organizado. Regiões inteiras dominadas por facções de bandidos”, introduziu o pastor.
Judiclay criticou a postura adotada pelo governo Lula (PT), que rejeitou classificar facções criminosas – como Primeiro Comando da Capital e Comando Vermelho – como grupos terroristas, apesar de apelos internacionais, incluindo dos Estados Unidos.
“Estudos apontam que um quarto da população já vive refém de um grupo terrorista. Sim, porque traficante é terrorista. Embora o governo federal se recuse a qualificá-los assim, quem porta fuzil, usa granadas, assassina policiais, usa drones para lançar granadas em territórios, é, de fato, um grupo terrorista. O que está acontecendo no Rio de Janeiro é um retrato 3×4 do que está acontecendo no Brasil inteiro”, protestou.
A megaoperação policial que visava cumprir 100 mandados de prisão na data de ontem resultou em confronto. Traficantes, para impedir o cumprimento da operação, reagiram fortemente e a situação se tornou um cenário caótico: “Hoje, no subúrbio carioca, essa guerra urbana, mais uma vez, trouxe a lume o problema que nós estamos vivendo no país. Não é mais uma questão de segurança nacional, mas de defesa nacional porque, de fato, há muitas evidências de que o crime se instalou nas mais diversas áreas e nas esferas do governo”.
“Os policiais arriscam sua vida, sobem as comunidades, trocam tiros com traficantes para proteger as pessoas de bem que lá vivem. São assassinadas e, por vezes, o Poder Judiciário, numa postura leniente com o crime, solta os bandidos. O Congresso Nacional, discutindo frivolidades, enquanto poderia, num pacto nacional, enfrentar o banditismo”, desabafou o pastor.
A postura dos veículos de imprensa também foi reprovada por Judiclay: “A mídia, a mesma mídia que lamenta os sintomas, é a que aduba as causas. Existe, de fato, uma bandidolatria, chamando traficante de menino, de garoto. Um homem com fuzil, atirando na população, é um criminoso, tem que ser detido pelo Estado. Nós estamos vivendo uma situação caótica”.
Ao final, o pastor batista convocou os cristãos a se unirem em clamor a Deus pelo Rio: “Você que está em outra região do Brasil, em outro lugar, um brasileiro que mora no exterior, ore pelo Brasil, ore pelo Rio de Janeiro. Nós precisamos reagir face a esse cenário de terror. A nossa esperança está no Senhor, mas nós também precisamos fazer aquilo que nos compete fazer. Reagir e não cruzar os braços diante da escalada do crime organizado e exigir que o governo cumpra suas obrigações, porque para isso nós estamos aqui, pagando nossos impostos, uma carga tributária pesadíssima. Não é para ficar refém dentro de casa desse espírito de banditismo que está aí. É necessário, portanto, reagir. Deus tenha compaixão no Brasil, Deus tenha misericórdia dos brasileiros”.









































