Megaoperação investiga repasse de informações sigilosas e envolve deputado estadual do MDB.
O delegado da Polícia Federal Gustavo Stteel foi preso nesta quarta-feira (3) durante uma megaoperação que desarticulou suspeitos de ligação com o Comando Vermelho (CV), uma das maiores facções criminosas do Rio de Janeiro. A ação também levou à detenção do deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias (MDB), e revelou uma rede de corrupção e tráfico que movimentou milhões nos últimos anos.
Prisão e suspeitas
Stteel foi detido no Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, enquanto estava de plantão. De acordo com o superintendente da PF no Rio, Fábio Galvão, o delegado é suspeito de repassar informações sigilosas ao grupo liderado pelo traficante Índio do Lixão. “Esse colega, infelizmente, estava passando informações de interesse do Índio do Lixão para o Comando Vermelho”, afirmou Galvão.
Rede criminosa e movimentação financeira
As investigações, conduzidas pela Polícia Federal, Polícia Civil do Rio e Ministérios Públicos Federal e Estadual, apontam que o grupo criminoso, com apoio de TH Joias, teria movimentado cerca de R$ 120 milhões nos últimos cinco anos. Entre os presos estão também assessores, ex-secretários e policiais militares suspeitos de auxiliar o CV, além do próprio traficante Índio do Lixão.
Repercussões institucionais
A Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que a Corregedoria-Geral participou das prisões e reforçou que não tolera desvios de conduta. A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) também acompanhou as diligências e a Procuradoria da Casa deu apoio às autoridades. Em nota, o MDB anunciou a expulsão imediata de TH Joias.
Vazamento e investigação
Durante a operação, a PF constatou indícios de vazamento de informações sobre as ações da corporação. “Ocorreu sim um vazamento, e vamos instaurar inquérito para tentar detectar e possivelmente chegar ao vazador”, disse Galvão.
Reflexão
O caso evidencia a complexidade e a profundidade das conexões entre crime organizado, agentes públicos e representantes políticos. A prisão de um delegado da própria Polícia Federal ressalta que a luta contra a criminalidade exige vigilância constante, ética inquestionável e coragem para enfrentar aqueles que corrompem o sistema de dentro para fora.
Texto: Daniela Castelo Branco
Foto: Divulgação/Redes Sociais