Atualmente, é bastante frequente escutar a afirmação de que o “Apocalipse já está em curso”, pois a palavra tem sido associada ao “fim do mundo”. No entanto, Apocalipse é o título do último livro da Bíblia e o conceito de “fim do mundo” não é realmente de origem bíblica. O livro de Apocalipse, juntamente com outros textos proféticos da Bíblia, menciona repetidamente a expressão “fim dos tempos”, indicando que a história da humanidade foi dividida em diferentes períodos específicos e que a narrativa bíblica possui um começo, meio e fim. A palavra Apocalipse significa “revelação”.
Dessa forma, o fim dos tempos representa a concretização das profecias registradas no livro redigido pelo apóstolo João, de acordo com as instruções de Jesus. A trajetória da humanidade tem início em Gênesis e se encerra em Apocalipse.
As profecias descritas no Apocalipse já estão se cumprindo?
Em Mateus 24, Jesus mencionou que o fim dos tempos seria marcado por diversos sinais, incluindo o aumento significativo (como dores de parto) de guerras, terremotos, epidemias e pestes, perseguição aos seguidores de Cristo, surgimento de falsos messias e a diminuição do amor. A proximidade do fim dos tempos com todos esses indícios é precedida por um período conhecido como “princípio das dores”. Em seguida, virá o “fim dos tempos” com eventos mais intensos, culminando na Grande Tribulação e no Juízo Final. O que o Apocalipse descreve sobre esse período de grande sofrimento, tanto para a humanidade quanto para a natureza, não representa o fim do mundo. De acordo com a Bíblia, o mundo não chegará ao seu fim antes de outro período conhecido como milênio. Além disso, o penúltimo capítulo do livro de Apocalipse revela que, após todos esses eventos, haverá um novo céu e uma nova terra, ou seja, um “novo tempo”. Quando todas as profecias se concretizarem, Deus julgará as nações e os povos, derramando Sua ira sobre os injustos e separando o mal do bem. O mal será eliminado e então surgirá esse novo tempo. Isso significa que o fim dos tempos marcará novos começos.
Segundo as palavras do pastor Hernandes Dias Lopes, muitas pessoas temem o Apocalipse: “O livro não trata de uma grande tragédia, mas da vitória de Cristo e da consumação da história”. Durante uma transmissão ao vivo em seu canal no YouTube, o pastor observou que “o Apocalipse nos mostra que a história não está à deriva, como um caminhão sem freio descendo ladeira abaixo, conforme acreditam os existencialistas ateus”. Hernandes compartilha as linhas interpretativas que se aproximam do Apocalipse.
1. Preterismo
Os preteristas afirmam que o livro descreve eventos passados, ocorridos no final do primeiro século, e acreditam que o livro não oferece mais profecias sobre o futuro, interpretando-o como um olhar retrospectivo. No entanto, o pastor discorda dessa abordagem, considerando que ela não reflete adequadamente a mensagem do livro e não traz consolo para a igreja contemporânea.
2. Futurista
Os futuristas acreditam que a parte histórica do livro está contida nos capítulos 1, 2 e 3, enquanto os capítulos de 4 a 22 apresentam profecias relacionadas ao tempo final que antecede a segunda vinda de Cristo. O pastor também questiona essa abordagem hermenêutica, argumentando que o livro sempre foi atual e relevante desde o primeiro século até os dias atuais.
3. Histórica
Os historicistas defendem que o livro apresenta uma mensagem pertinente para o primeiro século, as igrejas da Ásia e os cristãos daquela época, assim como para os dias atuais. Dentro dessa perspectiva interpretativa, o pastor menciona quatro correntes de abordagem:
a) Pós-milenismo
Essa corrente entende que o milênio não é literal e que o mundo está sendo cristianizado pelo poder do Evangelho. O pastor identifica dificuldades nessa interpretação ao considerar eventos citados na Bíblia, como apostasia e catástrofes naturais.
b) Pré-milenismo histórico
Embora muitos pais da Igreja tenham adotado essa abordagem pré-milenista, o pastor aponta dificuldades relacionadas à natureza do reino de Cristo e sua relação com aspectos físicos e espirituais.
c) Pré-milenismo dispensacionalista
Essa visão interpretativa recente na história da Igreja levanta questões sobre a distinção entre Israel e Igreja, o arrebatamento secreto e a Grande Tribulação. O pastor destaca a falta de suporte no Novo Testamento para algumas dessas ideias.
d) Amilenismo
Os amilenistas interpretam o milênio de maneira simbólica, representando realidades espirituais. Para eles, Cristo já está reinando espiritualmente. O pastor enfatiza que a Igreja enfrentará desafios, mas será vitoriosa.
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*guiame