Uma liminar quer proibir cristãos de pregarem nas ruas das cidades de Farnborough e Aldershot, na Inglaterra.
Segundo o The Telegraph, o conselho municipal de Rushmoor, em Hampshire, solicitou a medida em fevereiro deste ano, acusando evangelistas de rua de causar “perturbação e angústia ao público e às empresas locais” e “ofender” os pedestres.
A ação citou reclamações de moradores que se sentiram incomodados e zangados com o uso de caixas de som pelos pregadores e com o conteúdo de suas mensagens.
O texto da liminar sugere proibir os cristãos de pregar sermões que seja “hostis a qualquer pessoa com a característica protegida de idade, deficiência, mudança de sexo, gravidez, raça, religião ou crença, sexo, orientação sexual”.
Além disso, quer proibir os cristãos de abordarem pessoas para evangelismo pessoal, distribuírem folhetos, orarem e impor as mãos, mesmo com os cidadãos dando permissão para isso.
Risco de prisão
Segundo a liminar, quem violasse a nova medida poderia receber uma sentença de dois anos de prisão. O conselho de Rushmoor, administrado pelo Partido dos Trabalhadores, está sendo criticado por violar a liberdade de expressão e criminalizar os cristãos.
“Se isso não for desafiado e interrompido agora, se espalhará e será terrível para as liberdades cristãs e para a liberdade em geral neste país”, alertou Sally McGuinness, uma das pregadoras que ministra nas cidades.
“Eu não pude acreditar quando li, é descaradamente impedindo que o Evangelho seja pregado e nos tratando como criminosos indesejados”, protestou.
Os pregadores locais afirmaram que serem vistos como “hostis” pelo público é inevitável ao pregar a verdade do cristianismo.
“Quando li a liminar pela primeira vez, pensei: ‘Eles devem ter cometido um erro’. Eu senti uma completa descrença de que estava dizendo que você não pode ter discussões religiosas, você não pode orar ou cantar, e as pessoas têm que vir até você, você não pode ir até elas e compartilhar o Evangelho que os cristãos têm feito livremente neste país há séculos”, afirmou um pregador.
“Como cristão, sou ordenado a compartilhar as Boas Novas e, portanto, sou compelido a pregar o Evangelho. O Evangelho não é ideia minha, estou sendo obediente a Deus”, acrescentou.
Cristãos considerados criminosos
Após receber críticas, o conselho agora mudou o texto inicial da liminar e vai reescrevê-la, enquanto discute a situação com os cristãos locais.
O Christian Legal Center, uma organização que defende os direitos religiosos, está dando apoio judicial aos pregadores locais no caso.
“Estamos com os pregadores cristãos em Aldershot e Farnborough. A liminar proposta é desproporcional e ilegal, e desafiaremos qualquer outra legislação que o conselho tente trazer que tente silenciar e criminalizar a fé cristã”, declarou Andrea Williams, executiva-chefe da organização.
A Inglaterra tem sido palco de diversos casos de hostilidade e repressão a pregadores de rua. Evangelistas já foram presos acusados de “discurso de ódio” durante suas pregações em locais públicos.
Em fevereiro, o evangelista David Ramirez foi atacado por um torcedor enquanto pregava do lado de fora do estádio do Newcastle antes de um jogo.
