De 2006 a 2019, a porcentagem de obesos na população brasileira aumentou de 11,8% para 20,3%. Em 2030, estima-se que cerca de 70% dos brasileiros terão excesso de peso, incluindo pessoas obesas e com sobrepeso. Infelizmente, as iniciativas para prevenir a doença e tratar os pacientes são praticamente inexistentes.
A obesidade deixou de ser apenas uma preocupação estética, sendo agora reconhecida como um problema de saúde sério, podendo levar ao desenvolvimento de condições como diabetes, doenças cardíacas e problemas ósseos.
Aproximadamente 15% das crianças e 8% dos adolescentes sofrem com a obesidade, e oito em cada dez adolescentes obesos continuam com excesso de peso na vida adulta.
As crianças têm maior propensão a ganhar peso devido a fatores como dieta inadequada, predisposição genética, estilo de vida sedentário, questões psicológicas e problemas familiares.
Embora se acredite que crianças obesas consumam grandes quantidades de comida, nem sempre essa afirmação é verdadeira. Geralmente, elas consomem alimentos caloricamente densos, que não precisam ser ingeridos em grandes quantidades para causar ganho de peso.
Consumo exagerado de alimentos gordurosos
Um exemplo são os sanduíches famosos (hambúrguer, misto-quente, cheeseburger, etc.) que as mães adoram preparar para o lanche de seus filhos. As batatas fritas e os bifes passados na manteiga são considerados vilões da alimentação infantil, indo contra as recomendações da equipe de saúde que alertam sobre os perigos da má alimentação. Infelizmente, alguns pais ainda acreditam que criança saudável é criança gorda. Além disso, as crianças tendem a imitar os hábitos alimentares dos pais, o que pode levar a uma alimentação inadequada.
Falta de atividade física
Os avanços tecnológicos (computadores, televisão, videogames, etc.) têm facilitado uma vida sedentária para as crianças, que não precisam se esforçar fisicamente. Devido à violência urbana, muitas crianças são incentivadas pelos pais a ficarem em casa, sem realizar atividades físicas como correr, jogar bola ou brincar de pique. Isso resulta em horas passadas em frente à TV ou outros dispositivos eletrônicos, frequentemente acompanhadas por pacotes de biscoitos ou sanduíches regados a refrigerantes. Essa situação é preocupante para o desenvolvimento da obesidade.
Ansiedade e Depressão
Não são apenas os adultos que sofrem de ansiedade devido ao estresse diário. Os jovens também enfrentam esse sintoma, especialmente durante períodos de provas escolares e vestibulares. A ansiedade pode levar ao aumento da compulsão alimentar, mesmo sem fome. Psiquiatras afirmam que por trás da obesidade sempre pode haver um problema psicológico, agravado pela exclusão social dos mais pesados. Isso leva as crianças e adolescentes a piorarem, se isolarem e recorrerem à comida como uma forma de escapismo. Quanto mais rejeitados, mais ansiosos eles ficam e mais comem.
Indivíduos com sintomas de depressão experimentam mudanças no apetite, podendo perder ou ganhar peso. Estudos demonstram que pessoas deprimidas tendem a ser menos ativas fisicamente e a consumir mais doces, especialmente chocolate.
Fatores hormonais e genéticos
A obesidade pode estar relacionada a desequilíbrios hormonais, como o excesso de insulina, deficiência do hormônio de crescimento, excesso de hidrocortisona e estrogênios.
Estudos mostraram que se um dos pais é obeso, o filho tem 50% de chance de se tornar obeso, e se ambos os pais estão acima do peso, o risco aumenta para 100%. A criança com pais obesos tem maior probabilidade de desenvolver obesidade devido à influência genética.
Prevenção
Você já percebeu que sempre há alguém com sobrepeso na sua turma ou entre seus amigos do bairro? Isso indica que a obesidade é um problema cada vez mais comum entre os jovens, o que é preocupante. Sabia que nos anos 70 apenas 3% dos brasileiros entre 6 e 18 anos estavam acima do peso?
Infelizmente, nas últimas três décadas, esse número aumentou cinco vezes, chegando a aproximadamente 6,5 milhões de crianças e adolescentes obesos.
Prevenção é fundamental para evitar a obesidade. Aqui estão algumas dicas recomendadas por médicos e nutricionistas para manter uma vida saudável:
É importante seguir uma alimentação balanceada, com frutas, legumes e verduras, respeitar os horários das refeições e evitar beliscar guloseimas. Evite alimentos gordurosos e pratique atividades físicas orientadas por um profissional. Beba bastante água para manter o corpo hidratado. Em caso de obesidade, procure ajuda médica para identificar as causas e tratar precocemente. Equilíbrio emocional e consciência são essenciais para uma vida saudável.
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*fiocruz