Ações integradas também atingiram áreas no Amazonas e já somam mais de 270 balsas destruídas.
O rio Madeira, um dos mais importantes da Amazônia, virou palco de uma das maiores ofensivas contra o garimpo ilegal nos últimos meses. Em apenas cinco dias de ação, entre segunda (15) e sexta-feira (19), a Polícia Federal destruiu 138 embarcações usadas na extração clandestina de ouro em Rondônia. O balanço foi divulgado neste domingo (21).
Milhões em prejuízo ao crime ambiental
Segundo a PF, os alvos fazem parte de estruturas criminosas que movimentam milhões de reais explorando ilegalmente o rio e degradando a floresta. O prejuízo estimado com a destruição das balsas ultrapassa R$ 30 milhões. Quando se somam os números das operações também realizadas em Manicoré e Humaitá, no Amazonas, o total de embarcações inutilizadas passa de 270.
A Operação Leviatã, conduzida pela Delegacia de Repressão a Crimes Ambientais, contou com apoio da Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional de Segurança Pública, Ibama e Sedam.
Condições de trabalho e violações de direitos
As ações não se limitaram à repressão. Equipes do Ministério Público do Trabalho (MPT) e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) também participaram da ofensiva, verificando as condições precárias a que estavam submetidos trabalhadores encontrados nas balsas. Muitos atuavam em ambientes degradantes, sem equipamentos de proteção, expostos a riscos à saúde e à exploração.
A força das operações conjuntas
A Leviatã foi integrada à Operação Boiúna, sob coordenação do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI Amazônia). O trabalho conjunto reforça a estratégia de sufocar economicamente os grupos criminosos e impedir que a prática do garimpo ilegal avance sobre rios e comunidades da região.
Reflexão necessária
Mais do que números ou embarcações destruídas, a operação expõe a batalha permanente entre a ganância e a preservação da Amazônia. O rio Madeira, que carrega vida em cada curva, não pode ser reduzido a um depósito de riqueza clandestina. Cada ação de combate ao garimpo ilegal é também um ato de resistência para garantir que as próximas gerações herdem um patrimônio ambiental ainda pulsante.
Texto: Daniela Castelo Branco
Foto: Divulgação/Rondoniagora