O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou na última terça-feira, 21 de outubro, que não é possível reduzir a desigualdade no Brasil e na América Latina sem reduzir os casos de gravidez na adolescência, e que para isso as igrejas deveriam debater o assunto. A afirmação foi respondida pela vereadora evangélica Sonaira Fernandes (PL).
Para o ministro, é preciso que o tema seja discutido no mais alto nível do debate político, nas escolas e igrejas: “Não tem como enfrentar esse tema sem promover um profundo diálogo com as lideranças religiosas que estão em nossos territórios”, disse Padilha durante evento promovido pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), em Brasília.
“Não tem como enfrentar a gravidez na adolescência no Brasil se a gente não conseguir entrar nas igrejas que estão nos nossos territórios, sobretudo aquelas que tentam esconder o protagonismo, o papel e a importância das mulheres”, afirmou, em tom de acusação contra igrejas evangélicas conservadoras que mantém sua doutrina livre da influência ideológica.
Padilha pontuou ainda que “os principais espaços de convivência e, talvez, de acolhimento das comunidades onde estão as populações mais vulneráveis são os espaços das igrejas, nas mais variadas denominações e matrizes religiosas”.
Em resposta, Sonaira Fernandes reagiu apontando que a abordagem do ministro tenta usar o tema como meio de convencimento a favor da legalização do aborto, uma abordagem oposta às igrejas, que atuam na prevenção da gravidez precoce.
A vereadora evangélica considerou a declaração do ministro como demonstração de ignorância: “Já é [discutido], petista desinformado. Nós acolhemos as mães e seus filhos. Não defendemos a morte de nenhum inocente”, escreveu, em seus Stories no Instagram.