Ação conjunta destrói 49 balsas e reforça combate à contaminação por mercúrio em Rondônia.
A Polícia Federal, em parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), deflagrou nesta sexta-feira (24) a Operação Hefesto II, com o objetivo de coibir a extração ilegal de ouro e outros crimes ambientais ao longo do Rio Madeira, em Rondônia. A ação se concentrou entre os distritos de Aliança, São Carlos e Nazaré, áreas que têm sido constantemente alvo de garimpeiros.
Durante a operação, os agentes identificaram dragas e balsas de médio e grande porte utilizadas na exploração, revelando uma atividade altamente estruturada e capaz de operar em larga escala, bem distante das práticas artesanais de subsistência. Diante da impossibilidade de remoção dos equipamentos, 49 embarcações e motores foram inutilizados no local.
Além disso, foram apreendidos celulares e frascos contendo mercúrio, substância altamente tóxica e comumente usada no processamento ilegal do ouro. O material apreendido será contabilizado e encaminhado para os devidos procedimentos legais.
O garimpo clandestino no leito do Rio Madeira provoca impactos devastadores ao meio ambiente, como o desmatamento das margens, o envenenamento das águas por mercúrio e prejuízos diretos às comunidades indígenas e ribeirinhas que dependem do rio para sobreviver.
A Hefesto II ocorre cerca de um mês após as operações Leviatá e Boiuna, também voltadas ao combate ao garimpo ilegal na região. Juntas, as ações demonstram uma sequência de investidas coordenadas para desarticular o crime ambiental que avança sobre a Amazônia Legal.
Segundo a PF, as investigações agora buscam identificar os financiadores e operadores logísticos da extração ilegal, além de quem fornece suporte material e adquire o ouro extraído de forma clandestina. Os envolvidos poderão responder por crimes ambientais, usurpação de bens da União e associação criminosa, entre outros delitos.
Em nota, a corporação reafirmou seu compromisso com a proteção dos recursos naturais da Amazônia e com o enfrentamento firme aos crimes ambientais que ameaçam o equilíbrio ecológico e social da região.
Impacto recorrente e alerta à sociedade
O garimpo ilegal no Rio Madeira não é um problema isolado, mas uma ameaça contínua à saúde pública, ao equilíbrio ecológico e à economia local. O uso de mercúrio contamina peixes e solos, afetando diretamente a alimentação e o sustento das comunidades ribeirinhas e indígenas. Além disso, a reincidência desse tipo de crime evidencia a necessidade de ações integradas e constantes, unindo fiscalização, inteligência e políticas públicas que protejam tanto o meio ambiente quanto as populações tradicionais da Amazônia.
Texto: Daniela Castelo Branco
Foto: Divulgação/Comunicação Social da PF em Rondônia









































